Equidade Racial: Primeiro eixo do Fórum tratou da relação entre capital e trabalho
O primeiro eixo do Fórum pela Equidade RacialAbre em nova aba abordou a relação entre capital e trabalho, pela perspectiva do Estatuto da Igualdade RacialAbre em nova aba brasileiro e da Agenda 2030 da Organização das Nações UnidasAbre em nova aba (ONU). O evento, promovido pelo Foro Trabalhista de Caxias do Sul, transcorreu ao longo de todo dia, contando com diversos debates e conferências. Clique nos links ao final de cada parágrafo para assitir às palestras e acesse, ao final do texto, as demais matérias sobre a atividade.
Abrindo as manifestações do eixo, Elizabeth Ercolani de Carvalho, gerente do Núcleo de Recursos Humanos do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac gaúcho, relatou ações afirmativas por eles implementadas: “desterceirização” das atividades de serviços gerais; promoção da igualdade de gênero no quadro, inclusive entre gestores; vinculação à consultoria Great Place to WorkAbre em nova aba. Referiu o acolhimento dado aos imigrantes haitianos desde 2017: “nos tornamos um grupo mais rico, com um repertório maior, por atendermos públicos com uma situação diferente da nossa”. Mencionou ainda a Cartilha sobre Palavras RacistasAbre em nova aba, documento surgido pelo esforço do programa de diversidade da entidade, o Paratodos. Assista à palestra na íntegra.Abre em nova aba
O diretor executivo da Mobilização por Caxias do Sul (MobiCaxias), Rogério da Silva Rodrigues, descreveu a atuação do grupo na concretização do projeto Caxias 2040Abre em nova aba, que busca o desenvolvimento da cidade. No ano passado, os trabalhos da associação resultaram na Agenda Eleições 2020Abre em nova aba, entregue a todos candidatos municipais, e que reúne propostas de priorizações à gestão pública, explicou. Esclareceu que o documento é integrado aos objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 da ONU, particularmente os de trabalho decente e crescimento econômico (8), indústria, inovação e infraestrutura (9) e redução de desigualdades (10). Assista à palestra na íntegra.Abre em nova aba
Em seu discurso, a vice-presidente de Serviços da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) municipal, Maristela Tomasi Chiappin, destacou a importância de cada pessoa ter uma postura permanente de respeito à diversidade, no mercado de trabalho e na vida pessoal. Sublinhou a essencialidade da educação na construção de um pensamento inclusivo, assim como a influência do ambiente de trabalho na saúde dos colaboradores. “As lideranças precisam ser inspiradoras, levar adiante este exemplo; e também cobrar, quando necessário, para que toda a instituição aplique esses valores”, concluiu. Assista à palestra na íntegra.Abre em nova aba
Representando os sindicatos de trabalhadores do município, Eremi Melo identificou avanços nos últimos anos do Brasil, consolidados nas políticas de cotas raciais para ingresso nas universidades e concursos públicos, assim como na criação do Estatuto da Igualdade Racial. Ainda assim, chamou atenção para as desigualdades ainda não resolvidas, escancaradas na diferença de remuneração entre negros e brancos, por exemplo. Para corroborar seu ponto, trouxe dado da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2019 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estaística(IBGE), pelo qual a média salarial dos trabalhadores negros era inferior em 45% ao valor pago aos homens brancos; entre as mulheres, a desigualdade chega a 60%. Assista à palestra na íntegra.Abre em nova aba
Antonio Jorge Cunha, integrante do Conselho Municipal da Comunidade Negra de Caxias do SulAbre em nova aba (Comune), discorreu sobre a trajetória de criação e atual funcionamento do órgão, que tem dentre seus objetivos apoiar o Executivo a formular diretrizes e promover atividades para a defesa dos direitos da comunidade negra e para a eliminação das discriminações. Seu colega no coletivo, João Elderi Costa, secretário-geral, especificou algumas das atividades levadas a cabo pelo Comune: acompanhar casos de discriminação envolvendo trabalhadores; atender imigrantes haitianos e senegaleses na inserção no mercado de trabalho; promover ações de conscientização e culturais em datas históricas e comemorativas, assim como em escolas. Assista às palestras na íntegra de Antonio CunhaAbre em nova aba e João ElderiAbre em nova aba.
Segundo o vereador Lucas Caregnato, da Frente Parlamentar de Combate às Intolerâncias da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, a conquista de espaço no legislativo por negros foi verificada nas eleições 2020 em muitos municípios brasileiros, inclusive no parlamento caxiense que tem, pela primeira vez, três representantes: ele e duas mulheres. “O Brasil, enquanto estado-nação, constitui-se lastrado no racismo estrutural: do ponto de vista histórico, a escravidão acabou há 133 anos, mas suas máculas e consequências mais atrozes seguem muito presentes na sociedade, de forma, muitas vezes, institucionalizada”, constatou o historiador. Assista à palestra na íntegra.Abre em nova aba
Alessandra Roseli Gertrudes Pereira, integrante do Comitê de Igualdade Racial do Núcleo de Caxias do Sul do Grupo Mulheres do BrasilAbre em nova aba, explanou como funciona a entidade em nível nacional e municipal: busca fortalecer trabalhos existentes, por meio da visibilidade, apoio e ampliação. Falou sobre as colaborações trazidas pelo Estatuto da Igualdade Racial, dentre as quais o Sistema Nacional de Promoção de Igualdade RacialAbre em nova aba (Sinapir), sob responsabilidade federal e dando apoio a instâncias estaduais e municipais. Mas lamentou o fato de, nos últimos dois anos, a União não ter publicado editais de destinação de verbas para implementar projetos. Assista à palestra na íntegra.Abre em nova aba
O Fórum pela Equidade Racial foi realizado pelo Foro Trabalhista de Caxias do Sul em parceria com o Comitê de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade do TRT-RS, com o apoio e a participação de diversas instituições e entidades.
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