Com mediação do TRT-4, jornalistas e empresas de comunicação fecham acordo sobre reajuste salarial
Jornalistas e empresas de comunicação entraram em acordo quanto à convenção coletiva de 2023. Representantes dos sindicatos dos trabalhadores e patronais aceitaram a proposta sugerida pela mesa de negociação, conduzida pelo vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), desembargador Ricardo Martins Costa. A sessão de mediação ocorreu nesta terça-feira (26), no TRT-4.
Ficou acertado reajuste salarial de 3,80%. O percentual inclui a reposição da inflação, de 3,74%, e aumento real de 0,06%. O pagamento é retroativo à data base da categoria, que é 1º de junho, com a possibilidade de compensação das antecipações já concedidas por algumas empresas.
Também ficou acertada a redação da cláusula referente à comissão paritária, nos seguintes termos: "Fica estabelecido que, num prazo de até 60 dias, será instalada uma comissão paritária, com a participação de três representantes por sindicato, onde serão debatidas e analisadas ações para melhoria da saúde, segurança, qualidade de vida dos jornalistas, assim como possibilitar um ambiente de trabalho livre de violência e assédio, incluindo violência e assédio com base em gênero. As reuniões deverão ser periódicas, convocadas com antecedência mínima de 10 dias, e o seu local será estabelecido de comum acordo entre as partes. A comissão paritária terá vigência pelo prazo da presente convenção. As reuniões ocorrerão com a participação de pelo menos dois representantes de cada sindicato. Fica facultado às partes levarem um convidado a cada reunião."
A primeira reunião da comissão paritária será agendada para a primeira quinzena de outubro.
Participaram da audiência representantes do Sindicato dos Jornalistas, do Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão e Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas. O Ministério Público do Trabalho (MPT) esteve representado pelo procurador regional Lourenço Agostini de Andrade.
“Claro que a gente quer sempre um pouco a mais, até porque a nossa categoria merece. Estamos há 13 anos sem ganho real. Porém, conseguimos fechar o INPC com pequeno ganho real. Já é pra nós uma conquista. E também instituir a nossa comissão paritária para que assuntos importantes, principalmente como assédio moral e assédio sexual, sejam discutidos junto com a patronal para que possamos promover avanços nesses quesitos. Para nós isso também foi um ganho substancial”, avalia a presidente do Sindicato dos Jornalistas, Laura Eliane Lagranha Santos Rocha.
“Eu acho que mais uma vez as categorias, tanto patronal como profissional, de forma responsável, fecharam uma convenção, que é uma tradição nossa. Eu acho que vem ao anseio da coletividade dos jornalistas. Abrange algumas vitórias sociais. Também uma vitória fundamental que é a comissão paritária, com uma mudança de redação. E também um arredondamento do INPC em termos de um ganho real”, destaca o advogado do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas, Ary dos Santos.