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Publicada em: 03/03/2023 17:31. Atualizada em: 03/03/2023 17:38.

Nota Pública - Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região

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Início do corpo da notícia.

Logomarca da Associação. Ao fundo, há uma pilha de processos/livros, na cor branca.A AMATRA IV, associação das Juízas e Juízes do Trabalho do RS, diante dos fatos envolvendo a descoberta de trabalhadores em situação análoga à escravidão na cidade de Bento Gonçalves, vem a público apresentar seu total repúdio e indignação a qualquer prática de escravidão, bem como qualquer forma de discriminação e preconceito. 

A escravidão é uma chaga em nossa história. O trabalho análogo à escravidão constitui afronta aos direitos humanos e à dignidade da pessoa, e deve ser repudiado com toda a veemência. 

Na cadeia de produção da uva de Bento Gonçalves, eram mais de duas centenas de trabalhadores. Pessoas trazidas para nosso estado com a promessa de trabalho e salário justos. Encontraram aqui a violência e a tentativa de cessação da sua cidadania.  

As empresas que utilizam mão de obra terceirizada têm o dever de fiscalizar as condições de trabalho daqueles que lhes prestam serviços, para não apenas romper os contratos diante de ilegalidades, mas denunciar a prática ao Poder Público. 

O poder de polícia do Estado deve rejeitar a ótica de que dar emprego é fazer favor. Deve haver formação e exigência para que o agente público saiba identificar quem são as reais vítimas numa situação de trabalho escravo, e combater.  

A Justiça do Trabalho cuidará da compensação financeira aos trabalhadores e aplicação de multas aos infratores. 

Repudiamos toda e qualquer tentativa de normalização ou justificação de uma situação de exploração degradante. 

Repudiamos a fala do vereador Sandro Fantinel, que, em 28/02/2023, da tribuna da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul, proferiu ofensas racistas e xenófobas ao povo baiano e aos trabalhadores escravizados. Tal postura é inaceitável e não condiz com o que se exige de um representante eleito pelo povo.  

Reiteramos nosso apoio e confiança nas instituições para apuração dos ilícitos trabalhistas e criminais. 

Expressamos nossa solidariedade aos trabalhadores libertados e reafirmamos nosso compromisso em lutar por uma sociedade mais justa e igualitária. O trabalho escravo destrói o ser humano e corrói a sociedade. 

Porto Alegre, 1º de Março de 2023.


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Fonte: Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região - Amatra IV
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