Imagem com o número 100 junto ao símbolo do sistema PJe

Publicada em: 12/10/2022 11:48. Atualizada em: 12/10/2022 11:48.

"Dia das Crianças para TODAS", texto de autoria da juíza do Trabalho Carolina Gralha

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Ilustração de um cata-vento que é o símbolo da campanha de combate ao trabalho infantil.

Hoje certamente vocês verão crianças despertarem ávidas e felizes em busca de seus brinquedos novos, comemorando o feriado escolar, completando o álbum da Copa e planejando como passarão o dia com seus familiares e amigos. Essas crianças são teus filhos, netos, sobrinhos ou até teus vizinhos. Elas gozam da plena proteção de suas infâncias, estão resguardadas em seus direitos. Brincam, têm acesso à educação e à saúde e crescem com total respeito às suas fases de desenvolvimento.

O que o Dia das Crianças não mostra são aquelas milhares de crianças brasileiras que foram dormir com fome. A insegurança alimentar grave aumentou de 9,4% em 2020 para 18,1% em 2022 nos domicílios com moradores menores de 10 anos, segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil. Essa insegurança alimentar grave é quando não é possível fazer qualquer refeição durante um ou mais dias. O Dia das Crianças não mostra também aquelas 1,72 milhão de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos que se submetem à exploração do trabalho infantil, conforme dados do IBGE. E ainda, essa data não mostra que, no nosso país, 2 milhões de meninos e meninas entre 11 e 19 anos não vão mais à escola, de acordo com a Unicef.

Carolina Gralha
Juíza Carolina Gralha

O Dia das Crianças – tão apelativo e comercial – ignora esses jovens que perderam o direito de sequer sonhar com um futuro melhor, futuro este que, com as atuais e insuficientes políticas públicas, de fato, não terão.

Aproveitemos, então, para comemorarmos o dia junto às nossas crianças, mas também para refletirmos o quanto a realidade é cruel com milhares de outras. Apenas se investirmos em programas de combate à evasão escolar e de estímulo à aprendizagem é que poderemos mudar essa situação. Somente com um olhar social e inclusivo –  porque essas mazelas têm cor e condição social na sua grande maioria –, é que poderemos devolver às crianças o direito de sonharem com oportunidades concretas de se reconhecerem como cidadãs, se desenvolverem e chegarem aptas e equilibradas à vida adulta. Enfim, felizes, mas que sejam realmente TODAS.

Carolina Hostyn Gralha
Juíza do Trabalho

Gestora regional do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem

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Fonte: Secom/TRT4
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