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Publicada em: 30/08/2022 11:49. Atualizada em: 30/08/2022 11:59.

Protagonismo da mulher negra nas teorias e práticas de Direitos Humanos foi tema de encerramento da Semana da Diversidade do TRT-4

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Winnie Bueno é negra, usa óculos de aro grande amarelo e camiseta branca. Usa tranças longas nos cabelos. A Semana da Diversidade do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) foi encerrada com a palestra "Raça, Gênero e Protagonismo Negro nas Agendas de Direitos Humanos", na tarde de sexta-feira (26/8). A fala ficou a cargo da pesquisadora Winnie Bueno. Ela é mestre em Direito pela Unisinos e doutoranda em Sociologia pela UFRGS. Também é escritora e consultora na área da diversidade. Assista à integra da palestra no canal da Escola Judicial no Youtube.

A premissa inicial utilizada pela pesquisadora consistiu na afirmação de que, para que haja diversidade efetiva, é preciso ser levada em conta a perspectiva feminista e negra a respeito dos Direitos Humanos. Segundo ela, a construção das teorias sobre Direitos Humanos sempre foi calcada em visões do "norte global", ou seja, dos Estados Unidos e da Europa.

Atualmente, pela perspectiva decolonial dos Direitos Humanos, procura-se levar em conta autores e ativistas do chamado "terceiro mundo", o que, na visão da pesquisadora, enriquece o conhecimento, permitindo que outras visões e práticas sejam incorporadas.

No entanto, segundo a palestrante, mesmo nessa perspectiva existem ausências, principalmente quando são descartadas as contribuições de mulheres negras na produção teórica e nas práticas relacionadas aos Direitos Humanos. "A hierarquização racial e de gênero também está presente nessa construção", afirmou. "Isso se manifesta no menor acesso de mulheres negras aos ambientes públicos como protagonistas de narrativas sociais".

Como exemplos de construções teóricas e práticas de intelectuais negras, a pesquisadora citou os trabalhos de Sueli Carneiro (Enegrecer o Feminismo), que, segundo ela, provocou uma reviravolta no próprio feminismo brasileiro, de Jurema Wernek (principalmente com o conceito de yalodê, que atualiza as tradições yorubás quanto à centralidade da mulher que impulsiona outras mulheres), e de Sônia Beatriz dos Santos (sobre a potência das organizações não-governamentais geridas por mulheres).

Conforme Winnie, essas e outras pesquisadoras e ativistas devem ser levadas em conta na construção da agenda decolonial dos Direitos Humanos. Caso contrário, a enunciação desse conhecimento continuará sendo feita por homens brancos, mesmo que sejam de países "periféricos".

Alexandre Modesto e Winnie Bueno aparecem em telas divididas na videconferência.
A palestra contou com a mediação do servidor Alexandre Modesto


Diversidade

Logo da Semana da DiversidadeA Semana da Diversidade do TRT-4 foi promovida pela Seção de Sustentabilidade, Acessibilidade e Inclusão, em parceria com a Escola Judicial (EJud-4), com o Comitê Gestor de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade, e com a Comissão de Direitos Humanos e Trabalho Decente. Além da palestra de Winnie Bueno, a Semana contou com uma Sessão de Cinema Inclusivo, na quinta-feira (25/8) e com o painel "Pensando com as Diferenças: deficiência e visibilidade", com Lau Patrón e Ivan Baron (assista). Também foi aberto o curso "Acessibilidade e Inclusão no Ambiente Jurídico", a magistrados(as) e servidores(as) do TRT-4.

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Fonte: Juliano Machado (Secom/TRT-RS)
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