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Publicada em: 30/08/2022 10:04. Atualizada em: 19/03/2024 16:53.

Cinema inclusivo no TRT-4 exibiu filme com acessibilidade para cerca de 160 pessoas

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foto do público com tela de cinema ao fundoMaria Isabel de Oliveira tem 11 anos e estuda na 5ª série da Escola Especial para Surdos Frei Pacífico. Ela não ouve e utiliza a Língua Brasileira de Sinais para se comunicar e estudar. Já Ramiro dos Passos, da mesma idade, não enxerga, estuda no Instituto Santa Luzia, também no 5º ano, e precisa do recurso da audiodescrição para compreender de forma completa produções audiovisuais como filmes, peças de teatro ou programas de TV. Na tarde da última quinta-feira (25/8), ambos assistiram ao filme "Divertidamente" com todos os recursos de que necessitam, em uma sessão de cinema inclusivo na Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS).

Acesse o álbum do evento. 

Intitulado "Convivendo com a Diversidade: cinema inclusivo", o evento fez parte da Semana da Diversidade do TRT-4 e levou cerca de 160 pessoas ao Auditório Ruy Cirne Lima, no Foro Trabalhista da Capital. Conforme o objetivo da iniciativa, misturaram-se ao público interno do Tribunal, formado por magistradas(os), servidores(as), estagiárias(os) e terceirizadas(os), aproximadamente 50 crianças surdas das escolas Frei Pacífico e Salomão Watnick, bem como cerca de 25 deficientes visuais estudantes do Instituto Santa Luzia. Além deles, também prestigiaram a sessão 33 adolescentes alunos do Projeto Pescar da Comunidade Jurídico-Trabalhista e 55 participantes do público em geral.

foto do público com tela de cinema ao fundoO longa "Divertidamente" é uma animação da Disney, que aborda questões de inteligência emocional por meio da história da menina Riley, de 11 anos, ao ter seus sentimentos confusos após mudar-se de cidade com seus pais. Além da audiodescrição para pessoas cegas ou com baixa visão e tradução em Libras para deficientes auditivos, o filme também contou com legendagem, outra forma de acesso para pessoas surdas ou ensurdecidas. Os recursos de acessibilidade ficaram a cargo da empresa Som da Luz, especializada em projetos de acessibilidade. Além de integrar a Semana da Diversidade do TRT-4, a exibição também fez parte do "Festival de Cinema Acessível Kids", promovido pela empresa.

Apesar de estar voltado ao público infanto-juvenil, o filme traz questões que nos cercam por toda a vida, e assim também pode ser apreciado por adultos. Foi o caso da servidora Luisa Bergmann, da 15ª Vara do Trabalho de Porto Alegre. Ela é uma pessoa surda, mas alfabetizada em português. Portanto, utilizou-se da legendagem para compreender o filme. Segundo ela, o recurso estava tecnicamente perfeito e foi suficiente para o entendimento completo da animação. "Achei excelente a iniciativa. Para além do público interno, demonstra também para a comunidade em geral que o TRT-4 começa a pensar em formas de colocar em prática a inclusão para todos", avaliou. "Entendo como uma abertura significativa e sensível com as necessidades de pessoas com deficiência de dentro e de fora da comunidade jurídica", considerou.

foto da barraquinha de pipoca com esquipe de atendentes ao fundoRamiro e Maria Isabel também apreciaram o filme e a diversão no passeio com os colegas e professores.  "Gostei muito da audiodescrição. Já tinha assistido outro filme com esse recurso. É muito importante", observou ele. "Gostei muito do filme e fiquei emocionada com a acessibilidade", pontuou ela após a sessão.

Além dos recursos de acessibilidade no filme, a atividade também contou com um grupo de servidores do TRT-4 para recepção e condução dos espectadores pelas dependências do Foro Trabalhista e da EJud-4. Sinalizações em Braille e Libras foram colocadas inclusive nas barraquinhas que ofereceram pipoca, água e suco aos participantes. A sessão de cinema inclusivo contou com a parceria da Associação dos Magistrados do Trabalho do Rio Grande do Sul (Amatra IV).

Recursos

A audiodescrição é a narração, por meio da voz, das partes visuais de uma produção, para que pessoas cegas ou com baixa visão consigam compreender o conteúdo na sua totalidade. Assim, ao mesmo tempo em que o filme se desenvolve, uma gravação (no caso de produções que já tenham sido finalizadas como  recurso), ou uma pessoa ao vivo (no caso de filmes em que o recurso não esteja embutido), descreve cenários, características de personagens ou ações importantes para compreensão da história. O recurso exige especialização técnica e pode ser empregado em qualquer produção audiovisual, como filmes, shows musicais ou de dança, peças de teatro, séries, novelas, propagandas, telejornais, dentre outras.

foto de uma criança com tapa-olhos e máscara na plateiaLegendagem, ou legendas descritivas, é o recurso de transcrever, em texto, o conteúdo auditivo das produções, para que pessoas surdas ou com audição reduzida tenham a compreensão completa do que estão assistindo. Voltada a pessoas surdas alfabetizadas em português, também exige especialização técnica. Não apenas as falas de personagens são descritos, mas também conteúdos sonoros como aumento e tipo de trilhas, efeitos sonoros, entre outros.

A Libras é a Linguagem Brasileira de Sinais. Em uma produção audiovisual, consiste em uma "janela" presente no vídeo, com um intérprete responsável por traduzir para pessoas surdas os conteúdos que estão sendo falados. Diferente do sistema Braille, um código de escrita utilizado por pessoas cegas em diversas línguas do mundo, a Libras é um idioma específico do Brasil, com estruturas gramaticais e lógica interna como a língua portuguesa, francesa ou qualquer outra. Tal como a audiodescrição, pode ser empregada em conteúdos já gravados ou ao vivo, em qualquer tipo de evento em que haja comunicação verbal. É um recurso voltado à comunicação e escrita de quem foi alfabetizado previamente por meio da Linguagem e, geralmente, não compreende português.

Para entender melhor os recursos, assista ao filme "Olhar Surdo", um documentário feito por estudantes de Petrolina, sobre o cotidiano de pessoas surdas e com baixa audição do Vale do São Francisco

foto do público no auditório

Diversidade

WhatsApp Image 2022-08-15 at 15.35.44 (1) (1) (1).jpegA Semana da Diversidade do TRT-4 foi promovida pela Seção de Sustentabilidade, Acessibilidade e Inclusão, em parceria com a Escola Judicial (EJud-4), com o Comitê Gestor de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade, e com a Comissão de Direitos Humanos e Trabalho Decente. Além da sessão de cinema inclusivo, a Semana contou com o painel "Pensando com as Diferenças: deficiência e visibilidade", com Lau Patron e Ivan Baron (assista) e com a palestra "Raça e Gênero e Protagonismo Negro nas Agendas de Direitos Humanos", da pesquisadora Winnie Bueno. Também foi aberto o curso "Acessibilidade e Inclusão no Ambiente Jurídico", a magistrados(as) e servidores(as) do TRT-4.

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Fonte: texto de Juliano Machado e fotos de Érico Tlaija Ramos (Secom/TRT-4)
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