Inaugurada Galeria de Diretores e Diretoras da Escola Judicial do TRT-RS
Foi inaugurada, na tarde de quarta-feira (5/11), a Galeria de Diretores e Diretoras da Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (EJud-4).
O evento também marcou a atribuição do nome do desembargador e professor Paulo Orval Particheli Rodrigues à Sala do Conselho da EJud-4.
A solenidade contou com a presença do presidente do TRT-RS, desembargador Ricardo Martins Costa; do vice-presidente e presidente eleito do Tribunal, desembargador Alexandre Corrêa da Cruz; da corregedora regional, desembargadora Laís Helena Jaeger Nicotti; do ouvidor, desembargador João Paulo Lucena; da ouvidora da Mulher e das Ações Afirmativas, desembargadora Carmen Izabel Centena Gonzalez; do diretor da Escola Judicial, desembargador Fabiano Holz Beserra; da vice-diretora e diretora eleita, desembargadora Maria Silvana Rotta Tedesco, entre outras autoridades.
Memória e reconhecimento
O diretor da EJud-4, desembargador Fabiano Holz Beserra, destacou o significado do momento para a história da Escola.
“Nós poderíamos ter essas paredes cheias de fotos de pessoas que foram muito importantes para a Escola. Todo mundo que colocou o seu tijolinho nessa grande obra que é a Escola Judicial”, ressaltou.
Fazem parte da Galeria de Diretores e Diretoras da EJud-4 os seguintes desembargadores e desembargadoras:
2006–2010: Flávio Portinho Sirangelo
2010–2011: Cleusa Regina Halfen
2011–2013: Denis Marcelo de Lima Molarinho
2013–2015: José Felipe Ledur
2015–2017: Alexandre Corrêa da Cruz
2017–2019: Carmen Izabel Centena Gonzalez
2019–2021: Ricardo Martins Costa
2021–2023: João Paulo Lucena
A desembargadora Cleusa Regina Halfen expressou gratidão pela lembrança e reconhecimento à sua gestão. Recordou o apoio institucional e a dedicação da equipe da Escola Judicial durante o período em que esteve à frente da direção.
“Passados 14 anos, mais ou menos, da minha gestão nesta Escola Judicial, de prestígio nacional, o que me cabe nesta solenidade é manifestar o meu mais profundo agradecimento aos responsáveis pelo sucesso da instituição naqueles longos anos de 2010 e 2011”, afirmou.
O desembargador Alexandre Corrêa da Cruz ressaltou a importância da EJud-4 no aperfeiçoamento de magistrados(as) e servidores(a), e relembrou o décimo aniversário da Escola, comemorado durante sua gestão.
“A nossa Escola Judicial, mediante atuação estruturada, sistemática e técnica, cumpre de forma exemplar o seu papel institucional, o que se deve ao trabalho das magistradas e magistrados, servidoras e servidores que dedicaram-se a implementar as mudanças necessárias à criação e manutenção deste espaço de capacitação e conhecimento”, concluiu.
A desembargadora Carmen Izabel Centena Gonzalez abordou o significado simbólico dos retratos e a importância de refletir sobre a representatividade nas instituições.
“Pensei sobre o significado dos retratos que homenageiam pessoas que trilharam as suas vidas públicas, funcionais, com propósito, ideias e ideais. Porque nada começa conosco, e nada termina conosco. Na administração pública, uma gestão segue a outra, como um elo sem fim. Na minha modesta opinião, quem chega deve manter o que funciona e é correto, deve buscar alterar o que eventualmente possa ser melhorado, e ter ideias inovadoras para que nosso andar seja sempre um passo adiante na busca de mais inteligência, mais cultura, mais conhecimento, sempre com espírito público e republicano”, observou Carmen. Leia aqui o discurso da magistrada, na íntegra.Abre em nova aba
O desembargador João Paulo Lucena encerrou os pronunciamentos dos ex-diretores com um discurso marcado pela emoção e pela valorização do papel transformador da Escola Judicial.
“Dirigir uma escola judicial é mais que uma função: é uma travessia, uma jornada transformadora para quem a percorre”, afirmou.
O legado do professor Paulo Orval Particheli Rodrigues
O evento também marcou a atribuição do nome do professor e desembargador Paulo Orval Particheli Rodrigues à Sala do Conselho da Escola Judicial. O espaço passa a homenagear o magistrado que teve papel fundamental na consolidação da educação judicial no TRT-RS, atuando como conselheiro, coordenador acadêmico e integrante do Conselho Consultivo da Escola.
Falecido em 24 de junho de 2020, Paulo Orval Particheli Rodrigues teve uma longa e destacada trajetória na magistratura e na formação de gerações de juízes e servidores. Nascido em Santo Antônio da Patrulha/RS, ingressou na magistratura trabalhista gaúcha em 6 de novembro de 1967, como juiz do Trabalho substituto. Entre 1970 e 1990, esteve a frente das as antigas Juntas de Conciliação e Julgamento (antiga denominação das Varas do Trabalho) de Santa Rosa, Vacaria, Cachoeira do Sul, São Jerônimo, Bento Gonçalves, 2ª de Canoas, Montenegro e 16ª de Porto Alegre. Foi promovido ao cargo de desembargador do TRT-RS em 21 de setembro de 1990.
O magistrado foi presidente da Amatra IV (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região) entre 1986 e 1988, diretor do Foro Trabalhista da Capital entre 1989 e 1990, diretor da Fundação Escola da Magistratura do Trabalho do RS (Femargs) de 1992 a 1999 e integrante da Comissão Coordenadora do Memorial do TRT-RS de 2004 a 2006. Entre 2007 e 2009, foi coordenador acadêmico da Escola Judicial (EJud-4), período no qual também compôs seu Conselho Consultivo. Além da atuação administrativa e acadêmica, destacou-se pela dedicação à formação jurídica e pela valorização da memória institucional da Justiça do Trabalho gaúcha.
Graduado em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), foi também professor e conferencista, com reconhecida contribuição à área do Direito do Trabalho. Em 2017, recebeu a Comenda do Mérito Judiciário do TRT-RS, distinção concedida a personalidades que se tornaram exemplos para a sociedade e contribuíram para o engrandecimento da Justiça do Trabalho.
O presidente do TRT-RS, desembargador Ricardo Martins Costa, ressaltou o caráter simbólico da homenagem ao professor Paulo Orval.
“Estamos hoje reunidos para dividirmos um momento de memória e de reconhecimento. Momento em que o Tribunal e a Escola Judicial prestam homenagem a um dos seus mais notáveis magistrados, o mestre Paulo Orval”, afirmou.
O presidente destacou o legado educacional e humano do homenageado.
“Paulo Orval não foi apenas um magistrado exemplar, foi um educador por vocação. Como primeiro coordenador acadêmico desta Escola, dedicou-se à construção de um espaço de formação permanente, voltado ao aprimoramento técnico, à reflexão ética e humanista sobre o papel da magistratura do trabalho na sociedade”, declarou.
Martins Costa concluiu reafirmando o compromisso da instituição com os valores defendidos por Paulo Orval: “Hoje, ao nomearmos este espaço em sua homenagem, reafirmamos o compromisso da Escola Judicial e deste Tribunal com o estudo, a cooperação entre colegas, a defesa intransigente da dignidade humana e a Justiça do Trabalho como instrumento de transformação social”.
A esposa do homenageado, Rosinha Maria Walmorbida Rodrigues, agradeceu, emocionada, à Escola Judicial e ao Tribunal pela lembrança.
“O Paulo sempre viveu, intensa e comprometidamente, o que amava e acreditava. Dentre seus maiores afetos, a Justiça do Trabalho, sobretudo a Escola Judicial, e os amigos. Hoje, vejo aqui ambos prestando homenagem a ele”, declarou.
Ela também destacou a sensibilidade da iniciativa.
“A iniciativa dos desembargadores deste Tribunal, liderados por um grande amigo do Paulo, o presidente Ricardo Martins Costa, nos sensibilizou profundamente”, completou.
A placa foi descerrada por Rosinha Rodrigues e pelos desembargadores Martins Costa e Fabiano.
Arte e participação coletiva
A programação também incluiu a apresentação das telas criadas pelo artista plástico Aloízio Pedersen, produzidas em atividades colaborativas com integrantes da EJud-4 e do TRT-RS.
A obra “Dripping 20: cores e gestos que nos ligam” foi concebida durante o 20º Encontro Institucional da Magistratura do TRT-RS, em outubro de 2025, com a participação de magistrados e servidores. Já a tela “Dripping: cada jogada da tinta (cor-emoção) sobre a tela tem mil palavras por trás”, produzida em 2023, contou com a colaboração dos alunos do Projeto Pescar.


