Imagem com o número 100 junto ao símbolo do sistema PJe
Publicada em: 23/10/2025 17:39. Atualizada em: 23/10/2025 17:39.

Inteligência artificial: Galileu é liberado para todos os juízes e juízas do primeiro grau

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Foto de um homem usando um computador. Na tela do computador, a logomarca do sistema Galileu.

Todos os juízes e juízas de primeiro grau da Justiça do Trabalho gaúcha já podem utilizar o sistema Galileu em suas atividades. A ferramenta de inteligência artificial desenvolvida pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região auxilia os magistrados na elaboração de minutas de sentença.

Conforme a Resolução 615/2025 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a utilização de ferramentas de inteligência artificial só é autorizada após o usuário passar por treinamento sobre o uso ético, responsável e eficiente dessas novas tecnologias. No último dia 9 de outubro, os juízes e juízas participaram de uma oficina sobre esse tema no 20º Encontro Institucional da Magistratura do Trabalho do RS, em Canela. Assim, o Tribunal considerou cumprida a exigência da resolução e liberou, nessa segunda-feira (20), o uso do sistema para todos os magistrados e magistradas de primeira instância.

“A liberação do sistema Galileu para todos os juízes e juízas representa um avanço importante, ampliando o acesso e refletindo na eficiência da prestação jurisdicional”, afirma a juíza Luciana Caringi Xavier, coordenadora do Laboratório de Inovação do TRT-RS.

Como funciona

O Galileu é um assistente que utiliza inteligência artificial para realizar uma leitura automática das petições iniciais e contestações, identificando os pedidos e apresentando resumos e sugestões de subsídios.

A ferramenta foi criada para reduzir o volume de tarefas burocráticas enfrentadas por magistrados e servidores. O sistema não faz análise jurídica nem avalia provas, sendo apenas um instrumento tecnológico que permite ao usuário ter uma visão mais clara sobre os fatos do processo. A ferramenta tem a garantia da revisão humana em cada etapa –  a partir de microvalidações exigidas ao usuário –  e não apenas no resultado final. 

Com base para seu funcionamento, o Galileu utiliza o PangeaGab, um banco de dados validado pelo magistrado, com seus textos de gabinete, precedentes qualificados e avaliações de jurisprudência consolidada no TST. 

Foto da oficina de Inteligência Artificial, no Encontro Institucional. Servidor Frederico Cardoso explica o conteúdo no telão. Em primeiro plano, magistrados(as) aparecem sentados em mesas de sala de aula, com notebooks.
Oficina de Inteligência Artificial, no Encontro Institucional

2,5 mil minutas por mês

Hoje, cerca de 40% das sentenças proferidas na fase de conhecimento da Justiça do Trabalho da 4ª Região já contam com o auxílio do Galileu na elaboração do texto. O sistema tem gerado aproximadamente 2,5 mil minutas por mês no primeiro grau, entre magistrados e magistradas que já haviam sido capacitados. Agora, com a liberação em toda a primeira instância, a tendência é que esses números aumentem. Usuários ouvidos pela equipe de desenvolvimento do projeto atestam expressivo ganho de produtividade com o uso da ferramenta. 

Segundo grau e recurso de revista

O Galileu também já é utilizado no segundo grau. Desembargadores(as), assessores(as) e assistentes foram treinados no início de outubro. No Gabinete de segunda instância, o Galileu lê o processo e ajuda a elaborar o relatório do acórdão. Também sugere o “esqueleto” da decisão, indicando quais temas serão tratados e os trechos da sentença que correspondem a cada item. Além disso, propõe uma sumarização dos assuntos.

Após a geração automática da sugestão de relatório e estrutura do acórdão, chega o momento da fundamentação, da redação do voto. Nesta etapa, o Galileu auxilia o desembargador ou desembargadora, apontando três tipos de subsídios relacionados aos temas enfrentados no recurso: modelos usados pelo próprio gabinete, jurisprudência do TST e precedentes qualificados.

Mapa do Brasil, com os Estados que utilizam o Galileu pintados com a cor roxa;
Além do TRT-RS, outros 13 Regionais já utilizam a ferramenta

Somente em outubro (até dia 22/10), 1.618 minutas de acórdãos foram geradas no Galileu.  A expansão do uso pelos Gabinetes está sendo gradual. Enquanto alguns já utilizam, outros ainda estão alimentando o sistema Pangea com os seus modelos de redação, uma etapa preparatória ao uso.

O Galileu também está preparado para auxiliar na elaboração de minutas de despachos sobre admissibilidade dos recursos de revista. O sistema oferecerá sumarização das alegações recursais, modelos de minutas, cruzamento com a jurisprudência do TST e diversas outras funcionalidades que deverão agilizar esse trabalho. Nessa quarta-feira (22), a equipe do projeto apresentou o módulo à Vice-Presidência, e o projeto-piloto deve iniciar em novembro.

Expansão nacional

Adotada como ferramenta nacional pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), o Galileu também é disponibilizado aos demais tribunais trabalhistas. Além do TRT-RS, outros 13 Regionais já utilizam o sistema.

Desenvolvimento

O sistema Galileu é um projeto do Laboratório de Inovação do TRT-RS, desenvolvido por equipes da Secretaria-Geral de Tecnologia e Inovação, da Secretaria de Sistemas de Informação (Sesis) e da Divisão de Inteligência Artificial.

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Fonte: Gabriel Borges Fortes (Secom/TRT4)
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