Artigo: "A Revolta de Stonewall veio para ficar", sobre o Dia Internacional do Orgulho LGBTI+ (28 de junho)
Texto de Célio Golin, militante do Nuances – grupo pela livre expressão sexual. A publicação do artigo é uma iniciativa do Comitê de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade do TRT-RS.
A luta da população lgbtq+ iniciou bem antes de Stonewall, mas sem dúvida o acontecimento conhecido como a “Revolta de Stonewall”, que ocorreu em 28 de junho de 1969, é uma marco para a luta desta população. Nesta dia os e as LGBTQ+ que frequentemente eram reprimidos e extorquindo pela polícia de Nova Iorque, resolveram dizer que não aceitavam mais aquele lugar de submissão e protagonizaram uma ação de resistência que se estendeu por três dias nas ruas do bairro Greenwich Village.
Dentre personagens que estiveram na frente desta batalha, Marchel P. Johnson e Silvia Rivera, duas trans, que tiveram papel de destaque. A Revolta de Stonewall foi um marco, pois trouxe para o debate público a denúncia sobre a lgbtfobia e apontou para o movimento que as ruas precisavam romper com o armário. Vejam, que mesmo numa cidade cosmopolita como Nova Iorque a sexualidade da população homossexual era vigiada e controlada pelo estado e pela própria sociedade. Marchel e Silvia, vivam arrumando confusão, por impor seus gêneros que desafiavam a norma social. Depois de Stonewall, um dos grandes fatos, foi o surgimento das paradas em algumas cidades do mundo.
No mês de junho em 2019, 50 anos depois, a polícia de Nova Iorque se manifestou pedindo desculpa para a comunidade LGBTQ pelo tratamento que em 1969 teve aos frequentadores do bar Stonewall. O então presidente Barack Obama, reconheceu a importância da comunidade homossexual, criando um monumento no local.
Os impactos de Stonewall, foram espalhados por vários lugares, surgindo organizações LGBTQ+, e as paradas hoje, são um dos maiores movimentos de rua. No Brasil, os primeiros grupos e ativistas foram nas décadas de 70 e 80, mas foi a partir da década de 90 que o movimento rompeu com o armário, e iniciou um movimento que hoje acontece em centenas de cidades brasileiras. O movimento LGBT, acumulou força política, colocando afirma que a pauta não voltará a frequentar os armários do obscurantismo social. Em Porto Alegre o nuances realizou a primeira edição em 1997, e hoje acontecem em várias cidades gaúchas.
As questões envolvendo a população LGBTQ+, precisa de muito debate, pois as violências contra esta população tende a aumentar com os discursos de ódio hoje proferido de forma aberta pelos que não acreditam que a democracia é um valor a ser defendida. Que as paradas sejam um luz em tempos de escuridão.