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Publicada em: 11/09/2019 17:01. Atualizada em: 11/09/2019 17:01.

Setembro Amarelo – Presidente do TRT-AL alerta para importância da campanha. TRT-RS realiza ações em apoio à iniciativa

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Fachada do Prédio-Sede do TRT-RS iluminada de amarelo e verde.
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A presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT-AL), desembargadora Anne Helena Fischer Inojosa, publicou uma carta-aberta sobre o Setembro Amarelo – uma iniciativa internacional de conscientização e prevenção do suicídio. O artigo se soma a diversas ações no Brasil e no mundo, a exemplo da iluminação das fachadas do Prédio-Sede do TRT-RS (foto) e do tom amarelo usado como cor de fundo no site e no portal interno da Instituição. Leia, abaixo, a íntegra do seu depoimento:

Setembro Amarelo: um Alerta pela Vida

Estamos no Setembro Amarelo. Um sinal de alerta ao que vem acontecendo no mundo, num quadro que não distingue idade e que decorre da perda da vontade de viver. Desalento, vazio existencial, falta de coragem para enfrentar desafios, frustrações, instabilidades que ocorrem na sociedade e mudanças de paradigma que estão existindo no mundo levam muitos a desistir de viver e a cometer suicídio.

São pessoas que negam à vida a chance de mostrar que esta, apesar de tudo, continua bela, com emoções profundas e agradáveis, que só aqueles que se permitem viver podem apreciá-las e concluir que sim,“A VIDA É BELA”, parafraseando o lindo filme que nos mostrou que, mesmo em campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial, a esperança resistiu. 

Por que esse tema é tão importante e vem sendo tão divulgado? Muitos pensam ser esse um assunto triste, pesado, deprimente, e por isso não gostam de falar sobre ele. De fato, é um assunto que toca a todos, que nos entristece e faz com que muitos o evitem, dizendo “não quero saber disso agora, tenho outras coisas a fazer, não tenho tempo para um tema tão doloroso”. Entretanto, uma tragédia dessas pode se abater sobre nossas cabeças, sobre nossa casa, e foi isso o que ocorreu na minha: no dia 6 de agosto de 2000, minha filha de 13 anos, Anne, se matou no seu quarto.

O fato é que, na maioria das vezes, não se percebem os sinais que são dados, de que alguém está em dificuldades, sabendo-se, porém, serem diversas as causas que levam pessoas a esse ato, conclusão baseada nas centenas de livros lidos e palestras assistidas nesses últimos anos.

Venho fazer um alerta, na condição de mãe que perdeu uma filha nessas circunstâncias, no sentido de que pode acontecer com qualquer um, e que temos que fazer a nossa parte quando percebermos que alguma coisa está errada com o outro. Olhar com compaixão para o sofrimento e tentar entendê-lo, estando disponível para ouvi-lo a toda hora, sem julgar ou emitir juízo de valor sobre as situações vivenciadas e estando presente com carinho e amor. Mostrando-lhe que talvez seja necessário que ele ou ela procurem ajuda médica, diante da impossibilidade que temos para conduzir uma situação de risco desse tipo, apesar de, muitas vezes, acharmos difícil que alguém venha a chegar a tal ato de desespero.

Para mim, a vida continua sendo bela. Minha filha sabe disso. Aprendi a conversar com ela em um nível não material, e mesmo não a vendo, não a tocando e vice-versa, nos sentimos, trocamos pensamentos, rimos e choramos. Esteja onde estiver, eu a sinto e sempre lhe digo que é uma pena que ela não esteja podendo usufruir das maravilhas deste mundo, as belezas do mar, do nascer do sol, do vento nas árvores, de outros lugares que visito e sei que ela os vê pelos meus olhos. Mas até a gente conseguir viver o luto, chegar às suas profundezas tendo certeza que também vai morrer de dor, mas como uma Phoenix renasce das cinzas, há um longo caminho que exige paciência, resiliência, esperança e fé.

Por isso, para evitar que percamos criaturas que amamos tanto e que as suas idas trarão tão tormentosos sofrimentos, é que precisamos nos voltar e olhar para o suicídio como um problema que vem aumentando. Hoje, no mundo, a cada 40 segundos uma pessoa se mata. Precisamos fazer a nossa parte, olhar para o outro e ajudá-lo dentro das nossas possibilidades.

É o que posso dizer, com base na minha experiência pessoal. Fico muito triste com o que está acontecendo e peço a todos que não desistam de viver, independentemente das circunstâncias que estejam vivenciando, pois são todas finitas. Busquemos a cada dia uma forma de nos tornarmos pessoas melhores, porque nossa estada aqui é importante e a cada dia temos algo a fazer por nós e por aqueles que estão ao nosso lado, sejam familiares ou colegas de trabalho. Muito obrigada pela paciência. Repito: tudo tem jeito. Vamos fazer o nosso melhor, cientes de que somos importantes para todos e não podemos desistir dessa nossa passagem neste mundo que, apesar de problemático, possui uma beleza infinita.

Lembre-se, você não está sozinho. Para apoio emocional e prevenção ao suicídio, é possível ligar para o Centro de Valorização da Vida (CVV)Abre em nova aba pelo número 188. As ligações são gratuitas e o atendimento é feito por voluntários. Você também pode entrar em contato por e-mail ou pelo chat. Todos os atendimentos são 24 horas.

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Fonte: Artigo da presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT-AL), desembargadora Anne Helena Fischer Inojosa
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