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Publicada em: 14/03/2016 00:00. Atualizada em: 14/03/2016 00:00.

Violência e discriminação contra a mulher: o que mostram as estatísticas

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Na solenidade que marcou o lançamento do Projeto Igualdade de Gênero do TRT-RS, a presidente do Tribunal, desembargadora Beatriz Renck, explicou que os índices alarmantes de violência contra a mulher foram uma das principais motivações para o engajamento da Instituição nesta causa.

Abaixo, apresentamos alguns dados extraídos de diferentes pesquisas, com o objetivo de contextualizar esta realidade.

Pesquisa “Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher” (Senado Federal, 2015. Estudo feito com 1.102 entrevistadas, de 27 Estados. Acesse aqui a pesquisa completaAbre em nova aba)

  • 18% das entrevistadas revelaram que já foram vítimas de violência (aproximadamente uma em cada cinco) e 56% afirmaram que conhecem uma mulher que já sofreu algum tipo de violência.

  • Quando perguntadas se já foram vítimas, veja quantas responderam “SIM”, de acordo com faixa etária, renda, escolaridade e ocupação:

    De 16 a 19 anos: 6%
    De 20 a 29 anos: 12%
    De 30 a 39 anos: 19%
    De 40 a 49 anos: 22%
    De 50 a 59 anos: 25%
    60 anos ou mais: 20%

    Até Ensino Fundamental: 27%
    Ensino Médio: 18%
    Ensino superior: 12%

    Sem renda: 16%
    Até dois salários mínimos: 19%
    Entre dois e cinco salários: 20%
    Entre cinco e dez salários: 12
    Mais de dez salários: 24%

    Empregadas domésticas: 24%
    Profissional liberal/autônoma: 23%
    Servidora Pública: 16%
    Empregada de empresa privada: 16%
    Estudante: 15%
    Aposentada/pensionista: 22%
    Desempregada: 6%

  • Em relação ao tipo de agressão sofrido pelas vítimas, a violência física foi a mais citada (66%), seguida da psicológica (48%), moral (31%), sexual (11%), patrimonial (6%) e todas (4%)

  • Os principais agressores foram o marido ou companheiro (49% dos casos), e o ex-namorado, ex-marido ou ex-companheiro (21%)

  • 26% das vítimas afirmaram que ainda convivem com o agressor

  • 14% das vítimas confirmaram que ainda sofrem algum tipo de violência. Destas, 67% disseram que sofrem violência de vez em quando, e 23% afirmaram que sofrem violência semanalmente

  • 63% das entrevistadas acreditam que a violência contra a mulher aumentou nos últimos anos

  • Apenas 5% acreditam que a mulher é tratada com respeito no Brasil (42% não e 52%, às vezes)

  • Para 75% das entrevistadas, a vítima denuncia o fato às autoridades na minoria das vezes. 19% acreditam que a vítima não denuncia e 5% acham que a denúncia ocorre na maioria das vezes

  • O medo do agressor é apontado como principal motivo para a mulher não denunciar uma agressão, sendo citado por 74% das entrevistadas. Em segundo lugar, vem a dependência financeira, com 36%.


Pesquisa do Instituto Avon, em parceria com o Data Popular, com 2.046 jovens entre 16 e 24 anos

  • 8% das jovens entrevistadas afirmaram espontaneamente que já foram vítimas de violência (semelhante ao resultado da pesquisa do Senado). Entretanto, quando estimuladas, a partir de exemplos de atos agressivos citados pelos entrevistadores, o percentual aumentou para 66% (ou seja, três em cada cinco)

  • A mesma pesquisa também entrevistou homens: 4% admitiram espontaneamente que já praticaram violência contra a parceira. Quando estimulados, o percentual subiu para 55%.

 

Dados compilados no Dossiê Violência contra as Mulheres
(http://www.agenciapatriciagalvao.org.br/dossie/Abre em nova aba)

  • 5 espancamentos a cada 2 minutos (Fundação Perseu Abramo/2010)

  • 1 estupro a cada 11 minutos (9º Anuário da Segurança Pública/2015)

  • 1 feminicídio a cada 90 minutos (Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil – Ipea/2013)

  • 179 relatos de agressão por dia (Balanço Ligue 180 - Central de Atendimento à Mulher/jan-jun/2015)

 

DESIGUALDADE NO TRABALHO

De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, referente a 2014, o rendimento médio da mulher, no país, era de R$ 1.480,00, enquanto o dos homens era de R$ 1.987,00. Ou seja, as mulheres recebem, em média, um salário equivalente a 74,5% do percebido pelos homens.

A pesquisa também mostra desigualdade na divisão entre horas semanais de trabalho e atividades domésticas. 

Homens

Trabalho: 41h36min
Afazeres domésticos: 10h
Total: 51h36min

Mulheres

Trabalho: 35h30min
Afazeres domésticos: 21h12min
Total: 56h42min

A presença de mulheres em cargos de alta remuneração também é baixa no Brasil. Segundo levantamento do GPDG (Grupo de Pesquisas em Direito e Gênero) da Fundação Getúlio Vargas, realizado até 2012 com 480 empresas listadas na Bolsa, as mulheres ocupam apenas 7,7% dos cargos executivos.

Conforme o estudo “Women in Business 2015”, da consultoria Grant Thornton, 57% das empresas brasileiras não possuem mulheres em cargos de liderança - índice bem acima da média global, de 32%. A pesquisa foi feita com 5.406 empresas de diversos países, sendo 150 brasileiras. O Brasil ficou em terceiro lugar no ranking dos países que menos promovem mulheres a cargos de liderança, atrás de Japão (66%) e Alemanha (59%).

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Fonte: Secom/TRT4
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