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Publicada em: 11/05/2023 14:36. Atualizada em: 11/05/2023 14:36.

III ENAM: tarde de debates e entrega de documento histórico no primeiro dia do evento

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Pres. Iris agradece o documento histórico recebido do Juiz Claudiomiro do TJAL
Pres. Iris agradece o documento histórico recebido
do Juiz Claudiomiro do TJAL

Iniciado na manhã desta quarta-feira (10/5), o III Encontro Nacional de Memória do Poder Judiciário (ENAM), que ocorre no TJRS, seguiu à tarde com mesas de debate. O evento é organizado por cinco tribunais TJRS,TRT4, TJM, TRF4 e TRE-RS, além do Conselho Nacional de Justiça.

Antes das palestras, o Curador do Centro de Cultura e Memória do TJ de Alagoas, Juiz Claudiomiro Avelino de Souza, realizou a entrega de um documento histórico para a Presidente do TJRS, Desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira. Trata-se de uma decisão de Dom João VI, de 26 de agosto de 1819, determinando a criação de cargos de juízes para o Rio Grande do Sul, na época denominado Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, especialmente para a Vila Nova de São João da Cachoeira e Vila do Rio Pardo, antigas divisões do Estado.

Documento histórico, de 1819, entregue ao TJRS
Documento histórico, de 1819, entregue ao TJRS

"Ao separar materiais para uma exposição, me deparei com esse documento. Como não pertence à história de Alagoas, resolvi trazê-lo como presente para o Judiciário gaúcho", disse o magistrado.

Emocionada, a Presidente Iris agradeceu o que denominou de "joia”. "É um momento de muita emoção receber esse documento que será muito bem guardado. É importante conhecermos nossas origens e reconhecer aqueles que nos precederam. O resgate da nossa verdadeira história propiciou estarmos aqui hoje", destacou a Presidente.

A primeira mesa de debates, presidida pelo Vice-Presidente do Superior Tribunal Militar, Ministro Péricles Aurélio Lima de Queiroz, discutiu sobre o tema “A Preservação da Memória: Gerenciamento, Acesso, Difusão e Preservação”. Na exposição do tema, o Juiz Claudemiro, que também é historiador, relatou o árduo trabalho de resgatar materiais que contassem a história do Judiciário de Alagoas. Ao chegar em cada comarca para atuar como magistrado, desbravava ambientes em busca de registros históricos.

A primeira palestra abordou a preservação da memória
A primeira palestra abordou a preservação da memória

“Sempre questiono: onde estão os documentos antigos? Muitos materiais nem são possíveis mais de recuperação, estão molhados de chuva, com cupins. Mas a minha vontade de recuperá-los é grande. Há tesouros escondidos”, disse o magistrado, que mostrou fotos dessa busca incessante.

A Analista Judiciária do TRF da 4ª Região Tassiara Kich, formada em Direito e Arquivologia, falou sobre a importância das memórias individuais e coletivas. Disse que difundir a memória é muito mais do que disponibilizar um material na internet.

“Difundir é criar exposições, vídeos, matérias jornalísticas, teatro, utilizando de criatividade para mostrar o que as fontes do judiciário oferecem”, ressalta.

Também participou do painel o Desembargador Cassio Colombo Filho, do TRT da 9ª Região. Ele enfatizou a necessidade de magistrados e servidores despertarem para a necessidade de cuidar e guardar a memória do Poder Judiciário. Contou que demorou para compreender isso. Arrancando risos da plateia, disse que o trabalho jurisdicional era tão grande que quando pensava no arquivo só vinha à sua cabeça a palavra eliminação.

“De incendiário eu virei um bombeiro, comecei a pensar que o papel de preservar os documentos era meu, como juiz. Tive o privilégio de trabalhar com gestão documental e conhecer mais a área. Fui estudar e entendi que os julgados são parte da própria história do Brasil”, afirmou.

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Des. Giorgis presidiu a segunda mesa de debates

Presidida pelo Diretor do Memorial do Judiciário do RS, Desembargador Aposentado José Carlos Teixeira Giorgis, a segunda mesa de debates abordou o tema “Estruturando Cargos de Historiador, Arquivista, Museólogo e Bibliotecário, como fazer?”

O primeiro painelista foi o Analista Judiciário do TJ do Amapá Michel Duarte Ferraz, graduado em Direito e Museologia. O servidor chamou a atenção para o fato de apenas cinco museólogos estarem atuando no Poder Judiciário do País. Falou sobre as legislações que tratam da contratação desses profissionais e de sua essencialidade para o trabalho dentro dos tribunais. Nesse mesmo sentido e ampliando para as demais profissões, a Bibliotecária Neide de Sordi, integrante da Comissão Permanente de Gestão Documental e de Memória do Poder Judiciário (Proname), reforçou o problema da carência de recursos humanos nessas áreas em atuação nos tribunais.

“O produto da justiça é o documento, por isso tem que ser cuidado e preservado. Todas as profissões (da temática da mesa) são regulamentadas por lei. Os tribunais precisam de pessoas especializadas para enfrentarmos essa questão”, defendeu.

Ao final, a Gerente do TJ Pernambuco, Mônica de Sordi, também destacou a importância de os tribunais contratarem especialistas para o trabalho de cuidado com a memória do Judiciário.

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Fonte: TJ-RS. Imagem de Juliano Verardi/DICOM-TJRS.
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