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Publicada em: 30/09/2022 18:00. Atualizada em: 30/09/2022 18:20.

Setembro Verde: Conheça o trabalho da ONG ViaVida no auxílio a pessoas que aguardam um transplante

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Fachada do prédio do TRT-4  iluminada na cor verde.
Fachada do prédio do TRT-4
iluminada na cor verde.

A ONG ViaVida, de Porto Alegre, há 22 anos atua em prol de pessoas que precisam receber doações de órgãos e tecidos. Gerida apenas por voluntários, a atuação da ONG se dá em duas frentes: a Pousada Solidariedade e as atividades educativas e preventivas. 

Para marcar a campanha Setembro Verde, de estímulo à doação de órgãos, a Secretaria de Comunicação Social do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) visitou a instituição na última quinta-feira (29/9). Conheça nesta matéria o trabalho realizado pela ONG, que conta com atuação da juíza do Trabalho aposentada Noêmia Saltz Gensas, voluntária e vice-presidente de relações institucionais da ViaVida. Durante esta semana, o prédio-sede do TRT-4 recebeu uma iluminação especial verde, em mais uma iniciativa de apoio à campanha. 

Pousada Solidariedade

Pousada Solidariedade

Localizada no bairro Jardim do Salso, em Porto Alegre, a pousada recebe pessoas de baixa renda que estão na lista de espera por um transplante. Os pacientes acolhidos são encaminhados à instituição após passar por uma entrevista com os assistentes sociais dos hospitais. A necessidade de morar perto do hospital se dá porque todo o processo de encaminhamento para o transplante precisa ser muito rápido: o transplante de coração, por exemplo, precisa ser feito em no máximo 6 horas. Por isso, exige-se que os candidatos residam a até 150 km do centro transplantador. Após a cirurgia, há necessidade de continuar perto para receber o tratamento até a alta definitiva. 

A pousada recebe hóspedes do país inteiro, já que Porto Alegre, juntamente com São Paulo, são as duas únicas cidades que realizam todo tipo de transplante no Brasil. Há muitas pessoas vindas da região norte e nordeste. Elas vêm acompanhadas de um cuidador, que também fica na pousada. Atualmente, a capacidade da pousada é de 20 pessoas: 10 pacientes, cada um com seu familiar.

Conversamos com dois hóspedes da Pousada Solidariedade que vieram do Acre: Mateus Lopes e Josimar Silvestre. 

Mateus e Berenice.
Mateus e Berenice.

Mateus tem 15 anos e está na pousada desde abril. Realizou o transplante de rim em maio. Está em tratamento, com expectativa de receber alta até o mês que vem. Ele veio acompanhado da mãe, Berenice Lopes. A mãe contou que quando vieram, acharam que seria apenas para uma consulta, e não trouxeram nenhuma roupa de frio. A dupla relatou estar com saudades de casa, mas também muito feliz pelo sucesso no transplante e pelo acolhimento na casa.

Josimar está há um ano e três meses na Pousada. Fez transplante de rim há seis meses, depois de passar sete meses na fila. Ele veio com sua esposa, Auxilene Azevedo. Os dois disseram estar bem adaptados ao clima. Josimar disse que o tempo que tem passado na Pousada tem sido tranquilo. Ele fez questão de agradecer à presidente da Via Vida e à todos os funcionários e voluntários que o apoiaram nessa caminhada em busca do transplante e durante o tratamento pós-operatório. 

Josimar e Auxilene.
Josimar e Auxilene.

A Pousada já recebeu gratuitamente mais de oito mil pessoas. O hóspede e seu acompanhante ganham acomodação, itens de higiene e alimentação básica, orientada por nutricionistas dos hospitais, além de serviços de apoio pedagógico e psicológico, oficinas de música e outras, conforme a disponibilidade dos voluntários. Muitas pessoas também precisam receber roupas, pois vêm de partes do Brasil onde não há o inverno gaúcho e chegam sem as vestimentas apropriadas. Os pacientes são acompanhados por uma assistente social. Os procedimentos necessários para os tratamentos e as medicações ficam sob a responsabilidade do acompanhante. A casa mantém um relacionamento próximo com os hospitais, facilitando o contato em caso de necessidades dos doentes. 

Contação de histórias

Leitura do livro "A tartaruguinha que perdeu o casco".
Leitura do livro "A tartaruguinha que perdeu o casco".

Entre as atividades educativas, Noêmia destaca a leitura mediada do livro infantil “A Tartaruguinha que perdeu o casco". O enredo foi criado pela agência Cria Ideias para a Via Vida. O livro narra a história de uma tartaruguinha que perdeu o casco, e que, depois de muita procura, com a ajuda dos animais da floresta, recebe a doação de um casco da família de uma tartaruguinha que foi morar no céu. 

A narrativa é feita por um grupo de pedagogas voluntárias, seguida de um debate com as crianças a respeito do tema da doação de órgãos. O objetivo da atividade é formar adultos mais conscientes e solidários à causa. 

Itens à venda
Itens à venda. 

O livro infantil e outros itens (camiseta, caneca, toalha, livro de crônicas) podem ser encomendados pelo instagram, pelo telefone ou adquiridos na própria Pousada (Rua São Mateus, 815).

Além disso, os voluntários e voluntárias também desenvolvem ações voltadas à prevenção de doenças que podem levar à necessidade de um transplante, como hipertensão arterial e hepatites. 


Doações

A ViaVida e a Pousada Solidariedade são mantidas por parceiros e doações. Colaborações em dinheiro podem ser depositadas na seguinte conta bancária:

  • Banrisul (041)
  • Agência: 1167
  • CC: 06.062018.0-5
  • CNPJ: 04.043.606/0001-65
  • VIA Pró-Doações e Transplantes
  • Pix CNPJ: 04043606000165

A ViaVida ainda recebe contribuições pelo Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Funcriança). No site do Fundo, pessoas físicas podem destinar até 6% do seu Imposto de Renda, e pessoas jurídicas, 1%. O valor da contribuição é deduzido no Imposto a Pagar, podendo a pessoa recebê-lo em restituição. Essa doação deve ser feita até o último dia útil do ano-base da declaração. No momento de preencher o campo “Doações Efetuadas”, no modelo completo de declaração, a pessoa deve informar que a colaboração foi destinada ao Funcriança, e não à ONG. 

Cestas básicas no pátio da Pousada.
Cestas básicas no pátio da Pousada.

Doações de cestas básicas para famílias de transplantados 

A ViaVida também promove a doação de cestas básicas para famílias de pessoas que receberam o transplante e encontram-se em situação de vulnerabilidade social. A ação beneficia 40 famílias por mês, indicadas por assistentes sociais dos hospitais transplantadores. Nesta iniciativa, são atendidas famílias residentes em Porto Alegre de pacientes que não passaram pela Pousada Solidariedade. Os alimentos são recebidos pela ViaVida por meio de doações de outras entidades ou campanhas assistenciais. 

Voluntariado

Noêmia e Maria Cristina (voluntárias) com Ana Margarete (assistente social)
Noêmia e Maria Cristina (voluntárias)
com Ana Margarete (assistente social)

A instituição aceita voluntários(as) para atuar em algum dos projetos ou para fazer algum trabalho na pousada com os hóspedes. Por exemplo, voluntário(a) nutricionista, voluntário(a) para a contação da história da tartaruguinha nas escolas, para buscar doações de alimentos ou itens recebidos (com carro), para fazer oficinas com hóspedes, etc. 

Contatos da ONG:

  • Endereço: Rua São Mateus, 815, bairro Jardim do Salso. Porto Alegre.
  • Telefone: (51) 3333-4519
  • E-mail: via@viavida.org.br
  • Site: www.viavida.org.br
  • Instagram: @viavidapro

Transplantes no RS

Conforme dados da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul, foram realizados neste ano, até 31 de julho, 345 transplantes de órgãos e 424 de tecidos, no Estado. Foram 177 doadores. Os órgãos que podem ser aproveitados após a morte encefálica são: coração, pulmões, fígado, rins, pâncreas e intestinos (procedimento ainda não realizado no Brasil). Os tecidos são córneas, osso, pele e esclera (parte branca do olho), além de sangue e medula óssea, que são doações entre vivos. A taxa de recusa para doação foi de 46%, e a lista de espera é de 2.712 pessoas. 

A juíza Noêmia Gensas ressalta a importância de a pessoa que tem intenção de ser doador de órgãos e tecidos informar à família. “Não adianta apenas simpatizar com a causa. Se eu não avisar a família ela pode dizer não. Na prática, se a família sabe que existe o desejo de ser doador, a tendência é respeitar a vontade da pessoa. O maior motivo de negar a doação de órgãos é que a família não sabe, pois nunca se falou sobre o assunto”, destaca. 

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Fonte: Bárbara Frank (Secom/TRT-4).
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