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Publicada em: 14/07/2025 17:21. Atualizada em: 15/07/2025 15:40.

Em homenagem carregada de emoção, servidor Luizinho se despede do TRT-RS

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Início do corpo da notícia.

Foto mostra servidor Luizinho emocionado.
Servidor Luiz Antônio Chagas da Silva (Luizinho).

Era para ser mais uma sessão do Tribunal Pleno nesta segunda-feira (14/7). Mas o protocolo das formalidades foi quebrado.

Antes mesmo de iniciar a pauta de julgamentos, o presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS), desembargador Ricardo Martins Costa, anunciou uma homenagem ao servidor Luiz Antônio Chagas da Silva, o querido Luizinho, que, aos 75 anos de idade e quase 50 de convivência com a Justiça do Trabalho, se aposentou.

Confira aqui mais fotos do evento. Abre em nova aba

A homenagem foi carregada de emoção.

A foto o des. Martins Costa discursando
Des. Ricardo Martins Costa

Familiares de Luizinho acompanharam presencialmente a despedida e puderam assistir a um vídeo com trechos de entrevistas concedidas por ele ao documentário “O futuro do mundo é preto”Abre em nova aba, produzido pelo Memorial do TRT-RS em 2022.

Martins Costa relembrou a trajetória de Luizinho com carinho e gratidão.

“É um dia muito especial para o Tribunal, ao mesmo tempo um pouco triste, porque vamos deixar de conviver com uma das pessoas mais queridas que temos aqui. Luizinho honra o serviço público”, declarou. 

A foto mostra a desembargadora Rosane
Desa. Rosane Serafini Casa Nova.

O presidente destacou ainda os 38 anos de serviço oficial de Luizinho no Tribunal e revelou que sua aposentadoria havia sido publicada justamente naquele dia. 

“Eu prometi a ele que só assinaria depois da sessão do Pleno”, brincou. E finalizou, olhando para os familiares presentes: “Agradeço a presença de toda a família. Luizinho, que honra a tua história com a Justiça do Trabalho.”

Luizinho não se despede apenas de uma função.

Encerra uma trajetória marcada por profissionalismo, gentileza constante e uma simpatia que conquistou gerações de magistrados, servidores e todos os demais que conviviam com ele.

A foto mostra Luzinho sentado.

Seu nome é uma dessas referências silenciosas que todo mundo conhece — e respeita. É sinônimo de confiança, de cuidado, de presença atenta.

Sua história com o Tribunal começa muito antes do primeiro contracheque.

Aos 13 anos, já circulava pelo antigo prédio-sede do TRT-RS, na Avenida Júlio de Castilhos, vendendo jornais e revistas para magistrados e servidores.

Era só um menino, mas já trazia no olhar a dignidade de quem sabia a importância de cada oportunidade.

A foto mostra desembargadores batendo palmas.

Durante a presidência do desembargador Carlos Alberto Barata Silva (1965-1971), uma decisão mudou sua vida: após restrições ao acesso de jornaleiros, Luizinho foi o único autorizado a continuar entrando no prédio. O motivo? Confiança.

A confiança cresceu com os anos, alimentada por pequenos gestos: entregas de flores com bilhetes apaixonados, revistas com recados discretos, favores entre colegas.

Ele gosta de dizer que muitos casamentos começaram por sua intermediação. E talvez seja verdade. Afinal, Luizinho sempre foi ponte — entre pessoas, entre épocas, entre o Tribunal e sua própria memória.

A foto mostra desembargadores batendo palmas.

Depois de servir ao Exército em São Gabriel, foi acolhido por uma colega aposentada, Corália Glória Borba Arieta, a quem chama de mãe de criação.

Estudou, trabalhou como técnico de enfermagem e tentou três vezes até ser aprovado no concurso do TRT-RS, em 1987. Ingressou como auxiliar operacional e, dois anos depois, foi promovido a técnico judiciário.

Nos últimos anos, atuou na Seção de Recepção de Gabinetes, sendo figura essencial nas sessões de julgamento do segundo grau. Com discrição e eficiência, preparava as salas, organizava processos, distribuía togas, orientava os presentes.

A foto mostra o des. Clívis discursando.
Desembargador Clóvis Fernando Schuch.

Como meirinho, era responsável pelo apoio direto ao andamento das sessões.

Era o primeiro a chegar e, quase sempre, o último a sair. Sempre com um sorriso. Sempre com educação.

A desembargadora Rosane Serafini Casa Nova emocionou os presentes ao falar da importância humana e profissional de Luizinho.

“Eu queria muito que essa homenagem ficasse gravada no teu coração, pela importância, pela pessoa maravilhosa que tu sempre fostes e continuas sendo”, afirmou. 

A foto mostra a desa. Cleusa.
Desembargadora Cleusa Regina Halfen.

Rosane descreveu a atenção com que Luizinho acompanhava cada sessão, oferecendo água, café e, acima de tudo, tranquilidade nos momentos mais tensos. 

“Essa alegria que tu nos contagiaste durante tanto tempo vai ser a marca que vamos guardar de ti no Tribunal.”

A magistrada também lembrou do trabalho voluntário realizado por Luizinho e do espírito solidário que se expressa até mesmo nas campanhas de Natal. 

A foto mostra a advogada Márcia discursando.
Advogada Márcia Helena Somensi (Satergs).

“Sempre que chega dezembro, ele bate à nossa porta pedindo balas e pirulitos para distribuir entre as crianças. Isso diz muito sobre quem tu és”, concluiu. 

A fala de Rosane foi seguida de uma salva de palmas e do convite para que Luizinho fosse até a frente do Plenário, onde ele recebeu uma placa em sua homenagem um presente.

Diversos desembargadores e representantes de entidades pediram a palavra. 

A foto mostra a advogada Carolina discursando
Advogada Caroline Anversa (Agetra).

Desembargador Clóvis Fernando Schuch: “Luizinho marcou sua trajetória de forma exemplar e conseguiu uma coisa muito difícil no Tribunal: a unanimidade do carinho e da amizade.”

Desembargadora Carmen Gonzalez: lembrou da entrega da Ordem do Mérito ao servidor. “Foi uma honra para mim, Luizinho, fazer essa entrega para ti”.

Desembargadora Cleusa Regina Halfen: “Um servidor que é símbolo de afeto, confiança e respeito”.

Desembargadora Beatriz Renck: “Desejo muitíssimas felicidades, porque ele é muito merecedor e vai ficar sempre no nosso coração”.

A foto mostra o juiz Thiago discursando.
Juiz Tiago Mallmann Sulzbach (Amatra4).

Advogada Márcia Helena Somensi, presidente da Satergs: “O Luizinho era sempre o sorriso que iluminava os nossos dias”.

Advogada Caroline Anversa, presidente da Agetra: “A advocacia reconhece o teu papel essencial e o carinho que a gente tem por ti”.

Juiz Tiago Mallmann Sulzbach, presidente da da Amatra4: “Sinto muito orgulho da minha instituição por fazer uma homenagem bonita como esta a um ser humano excepcional como é o Luizinho”.

A foto mostra luizinho recebendo presentes.

Casado, pai de Carolina e André, ele também é ativo na comunidade religiosa e realiza trabalhos voluntários.

Agora, com a aposentadoria, pretende dedicar-se ainda mais à família — sem pressa, com o mesmo cuidado com que lidava com cada detalhe no Tribunal.

A homenagem do Pleno foi carregada de carinho. Mas, acima de tudo, foi sincera.

O Tribunal vai seguir em frente, como precisa ser.

A foto mostra Luzinho com mais três pessoas posando para foto.

Mas haverá sempre um espaço vazio na cadeira onde ele costumava sentar, nas togas que ele entregava com capricho, no café e na água que ele servia aos magistrados e no “bom dia” que iluminava as sessões.

A homenagem termina com uma efusiva salva de palmas de pé por todos os desembargadores e demais presentes.

Com os olhos marejados, Luizinho sai pela porta da frente — como sempre entrou.

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Fonte: Texto Eduardo Matos (Secom/TRT-RS) e fotos de Guilherme Villa Verde Castilhos (Secom/TRT-RS)
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