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Publicada em: 13/05/2020 19:39. Atualizada em: 13/05/2020 19:41.

Professor fala do assédio moral como prática de gestão presente em organizações privadas e públicas

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Imagem da transmissão, com a juíza Adriana Kunrath e o professor Roberto Heloani
professor Roberto Heloani
juíza Adriana Kunrath
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O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) promoveu, na tarde da última terça-feira (12/5), a palestra "Assédio Moral e Sexual no Trabalho: práticas de gestão que favorecem essa violência". Com transmissão pelo Youtube, o evento contou, como palestrante, com o professor Roberto Heloani, da Universidade Estadual de Campinas. A mediação ficou a cargo da juíza do Trabalho Adriana Kunrath. Cerca de 300 pessoas assistiram ao vivo, entre magistrados e servidores do Tribunal e de outros TRTs, além de participantes de instituições externas. A palestra segue disponível no canal do Núcleo Ead da Escola Judicial (EJud4), para quem quiser assisti-la.

A atividade integrou a Semana de Combate ao Assédio Moral, promovida pelo TRT-RS entre 11 e 15 de maio. A promoção é do Comitê de Combate ao Assédio Moral do TRT-RS, em parceria com a EJud4 e o Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Sintrajufe-RS). Clique aqui e saiba mais.

Roberto Heloani tem experiências em diversas áreas, sempre com foco no Trabalho: Psicologia, Psicodinâmica, Ética, Saúde, Assédio Moral e Sexual. A ideia central do professor é que o assédio moral tem uma relação muito próxima com a forma como é organizado o trabalho, tanto em organizações privadas como públicas. Segundo ele, trata-se de um conflito que não se resolve, que se repete no tempo e tem uma intencionalidade, ou seja, quem o faz sabe porque o faz e tem um objetivo ligado à dinâmica do trabalho.

Para o professor, o modelo de metas, com cobranças por produtividade a todo custo e avaliações individualizadas, é o grande responsável pela prevalência do assédio moral e sexual no trabalho. "Existe toda uma narrativa do coletivo, de colaboração, mas curiosamente as avaliações são feitas de forma individual", destacou. "Isso leva as pessoas a simularem colaboração, mas na verdade acabam entrando em uma competição acirrada", complementou.

Nessa lógica, como explicou o palestrante, os assediados geralmente são trabalhadores que estão adoecendo psiquicamente ou fisicamente e não conseguem mais ter a produtividade exigida. Então, nesse contexto, o assédio moral seria a forma mais efetiva de fazer com que esses trabalhadores abandonem o emprego. "O objetivo é tornar a vida do sujeito um inferno. Lançam maledicências, convencem os colegas que a vítima faz corpo mole. O sujeito se sente tão desprezado que pede para ir embora, ou adoece de forma a impossibilitar o trabalho de vez", ilustrou.

Segundo o professor, o assédio sexual entra nesse contexto de achar que pessoas são mercadorias. "Quando eu começo a desconsiderar o outro como ser humano, ele passa a ser um negócio, uma mercadoria que pode ser manipulada e até furtada", ressaltou. "Por isso que a Justiça do Trabalho trouxe para si essa responsabilidade, que antes era apenas do Código Penal. E acho que a Justiça trabalhista tem respondido muito bem a isso", avaliou.

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Fonte: texto de Juliano Machado e imagens de Daniel Dedavid (Secom/TRT-RS)
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