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Publicada em: 09/05/2019 12:18. Atualizada em: 09/05/2019 12:24.

Roda de conversa no TRT-RS discute relações entre trabalho e saúde mental no Brasil

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Público reunido para o início da roda de conversa.
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Nessa quarta-feira (8/5), ocorreu no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) uma roda de conversa sobre as relações entre trabalho e saúde mental. Sob a coordenação do professor e doutor em sociologia Celso Rodrigues, do Instituto Pensar, as também doutoras Sonilde Lazzarin (PUC/RS) e Janine Kieling Monteiro (Unisinos) discutiram temas referentes às doenças mentais que podem ser fomentadas em contextos de emprego e desemprego. O debate reuniu servidores e membros da comunidade na Escola Judicial do TRT-RS (EJud4), abordando ainda temas como assédio moral e valor social do trabalho.

A professora de Direito do Trabalho Sonilde Lazzarin apresentou dados sobre doenças e acidentes de trabalho no Brasil e no mundo. Na sequência, ela propôs uma reflexão sobre os processos de adoecimento no trabalho e o cenário legal brasileiro, no qual apenas um a cada sete acidentes de trabalho é reportado. “Ainda que um perito possa fazer o registro quando a empresa não faz, há uma sub-notificação muito grande das doenças acidentárias e ocupacionais, especialmente as emocionais”, avaliou. Segundo ela, a situação é mais grave no tocante às doenças mentais porque elas nem sempre são corretamente identificadas ou encaminhadas pelo INSS. Ela também relacionou que, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o Brasil teria cerca de 11,5 milhões de pessoas com depressão e 18,6 milhões com transtornos de ansiedade. Na opinião da pesquisadora, esses dados convocam a uma reflexão acerca do tipo de regulamentação necessária, a qual seria distinta das regras voltadas à flexibilização e à informalização do trabalho.

Na sua fala, a professora de Psicologia do Desenvolvimento Janine Monteiro abordou o tema do desemprego e os efeitos dele na autoimagem das pessoas. Ela referiu questões conceituais relacionadas ao trabalho e o dilema daqueles que, desprovidos de emprego, se sentem, também, desprovidos de valor. “Eu, como professora, me pergunto: por que o trabalho se tornou tão sacralizado para as pessoas?”, indagou. De acordo com a pesquisadora, a pessoa que está sem emprego enfrenta mais depressão, queda de autoestima e isolamento, uma vez que tem de lidar com o esvaziamento de uma área valiosa para a construção de sentido em nossa sociedade. Essa questão pode ser atualmente expandida para trabalhadores informais e terceirizados: “O sujeito se sente inseguro sobre o trabalho, sobre a sua autoestima e o seu sustento”, apontou.

A roda de conversa integra as atividades iniciadas com a exposição "Percursos da arte: prisão, saúde e trabalhoAbre em nova aba". A mostra foi concebida especialmente para ser exposta na Justiça do Trabalho gaúcha e reúne quadros e esculturas de dois projetos: o “Artinclusão”, que estimula internos do Instituto Psiquiátrico Forense a se expressarem na pintura, e o "Direitos Humanos na Prisão", que promove ações de inclusão e reinserção para apenados da Cadeia Pública de Porto Alegre (antigo Presídio Central). As falas foram seguidas por um bate-papo, enriquecido pela participação do público que incluía médicos peritos, advogados trabalhistas e psicólogos, entre outros grupos. As palestrantes responderam perguntas e aprofundaram aspectos referentes aos dilemas dessas profissões específicas, além de questões relacionadas ao assédio moral.

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Fonte: Álvaro Lima (Secom/TRT-RS)
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