A juíza substituta da Vara do Trabalho de Santo Ângelo, Raquel Nenê Santos, foi uma das coordenadoras das ações promovidas no município em decorrência do Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo. Juntamente com Mariel Neto Dias, também mãe de uma criança autista, a magistrada organizou diversos atos públicos para marcar a data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2008 e lembrada em todo o mundo a cada dia 2 de abril. No Brasil, estima-se que existam mais de dois milhões de pessoas com o Espectro Autista, nome oficial do transtorno.

Ainda no dia 31 de março, as mães organizaram uma reunião com pais e profissionais no brique da praça de Santo Ângelo. Aproximadamente 60 pessoas compareceram. Houve distribuição de informativos sobre o Espectro Autista, além de esclarecimentos em linguagem simples sobre sintomas e sinais que devem ser observados pelos pais em seus bebês. "Quanto antes estes sinais forem detectados, melhor será o acompanhamento do transtorno e melhor a criança se desenvolverá", explica a juíza Raquel.

No dia 2 de abril, data oficial das mobilizações, foi organizado um ato público em frente à Catedral Angelopolitana. A igreja, bem como a Prefeitura Municipal e a Câmara de Vereadores, foram iluminadas de azul, cor utilizada para simbolizar o autismo, que tem incidência maior em meninos (a cada quatro ocorrências masculinas, há uma feminina). Conforme a juíza Raquel, mais de 200 pessoas compareceram ao evento. "Instalamos um telão, rodamos apresentações com informações sobre o autismo, falamos para veículos de comunicação... Todo mundo estava de azul. Foi muito bacana", avalia a magistrada, enfatizando a evolução no número de pessoas que compareceram ao ato em relação a 2012. "No ano passado vendemos 50 camisetas. Neste ano foram 140", comemora.

Em continuação a estas atividades, Raquel e Mariel oferecerão uma palestra sobre o autismo, no próximo dia 25, a agentes da Secretaria de Saúde de Santo Ângelo e a profissionais que trabalham com a educação inclusiva no município. A juíza conta que ambas estão trabalhando pela criação da Associação dos Amigos dos Autistas nas Missões (Ama Missões). "Nós, pais, também somos responsáveis por melhorar as condições do acompanhamento dos nossos filhos. Precisamos colaborar com a capacitação de profissionais e esclarecimento da comunidade em geral", ressalta a magistrada.

Graças ao seu próprio esforço, bem como o de Mariel e outros pais e profissionais, a juíza pode contar que seu filho João Henrique, hoje com sete anos, frequenta a escola e consegue conviver com seus colegas, apesar das adaptações que precisaram ser feitas. "Ele tem uma monitora que o acompanha e, além da escola, realiza outras atividades, como fonoaudiologia e fisioterapia. Mas a recepção no colégio foi ótima", orgulha-se Raquel.

Para saber mais sobre o autismo, acesse o site www.revistaautismo.com.br.