Leia o depoimento da juíza Carolina Moraes, que superou o câncer de mama: ''Vitoriosas e lutadoras, sejamos todas Fênix!''
Chegou mais um outubro rosa e com ele a marca da luta contra o câncer de mama e sua prevenção...
Com trinta e cinco anos descobri um câncer na mama, com duas filhas, de cinco e quatro anos. A vida para, a cabeça pira, os piores pensamentos vêm junto com a lembrança de uma vida inteira e de um futuro ameaçado. No decorrer do tratamento conheci muitas mulheres nesta situação e vi que é assim com todas.
O medo de não viver tudo o que gostaríamos, de não conhecer todos os lugares que gostaríamos, de não acompanhar o futuro e as escolhas de quem mais amamos é enorme e mortificante.
No entanto, junto de todas essas sensações vem uma força, uma enorme força até então desconhecida, provavelmente pelo fato de nos depararmos verdadeiramente com a possibilidade concreta da morte e de nos despirmos de todas as futilidades e banalidades da vida. Para mulheres, inclusive da vaidade, pois o tratamento devasta, como todos sabem. Sermos chamadas de vitoriosas certamente vem de tudo isso, mas antes de vitoriosas, até mesmo as que acabam não vencendo, são grandes e lindas lutadoras, verdadeiras guerreiras.
No meio deste turbilhão aprendemos a priorizar o que mais importa. Aprendemos a dizer um redondo e claro "não" para aquilo que não queremos, sem qualquer pudor, e a valorizar as coisas que nos fazem bem e que são as mais simples da vida. Há uma mudança visível a todos. Há uma reestruturação da vida.
E desde então li bastante sobre a Fênix, um pássaro da mitologia grega que quando morria entrava em autocombustão e renascia de suas próprias cinzas, com uma força gigantesca, capaz de carregar pesos muito maiores que o seu próprio.
Penso que todas nós que passamos por isto podemos e devemos ser Fênix, imortais e renascidas na espiritualidade e força, porque na verdade é exatamente por isto que passamos.
Neste outubro rosa e sempre, lutadoras e vitoriosas, sejamos todas Fênix!