Retratos de Carmen Gonzalez e George Achutti passam a integrar as Galerias de Presidentes e Corregedores do TRT-4
Os retratos da desembargadora Carmen Izabel Centena Gonzalez e do desembargador George Achutti passam a integrar as Galerias de Presidentes e Corregedores do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS). A cerimônia de descerramento das fotografias, que ocorreu na quinta-feira (19/10), no átrio do TRT-4, contou com a presença de amigos e familiares dos homenageados, servidores, magistrados e diversas autoridades.
Confira aqui o álbum de fotos do evento.
A desembargadora Carmen presidiu o TRT-4 no biênio 2019/2021. No mesmo período, o desembargador Achutti esteve à frente da Corregedoria Regional.
Em seu discurso, Carmen começou agradecendo familiares, amigos, servidores e magistrados que foram importantes durante a sua Administração. Destacou que sempre buscou prestar jurisdição se colocando “no lugar do outro, seja trabalhador, seja empregador, e também colocar em prática ideias republicanas, transparentes e democráticas sobre a Administração Pública”.
Lembrou do seu período como vice-corregedora, afirmando que foi possível demonstrar que a atividade correicional pode ser realizada de forma didática, rigorosa e afetuosa, resolvendo os problemas que se apresentam com as ferramentas disponíveis, aliadas à discrição e ao bom senso. No período da Direção da Escola Judicial (Ejud4), ressaltou que teve o privilégio de realizar transformações na capacitação de todos os integrantes do Judiciário trabalhista, lembrando que até então a capacitação era restrita a magistrados.
No seu período na Presidência, ressaltou que a Administração não é e nem pode ser isolada, que uma segue a outra, como um elo unido a outro elo, numa corrente, que deve prestigiar o passado, inovar sempre que possível e ter visão de futuro. “Em outras palavras, é preciso verificar de forma impessoal o que deve ser mantido e o que pode ser atualizado, modernizado e eventualmente corrigido, sempre tendo em mente que a Administração Pública implica necessariamente submeter-se aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da publicidade, da moralidade e da eficiência”, destacou a magistrada.
Carmen lembrou que liderou o Tribunal no período desafiador da pandemia, conseguindo seguir com a prestação jurisdicional, sempre com as cautelas necessárias de saúde para todos. “Durante a gestão 2019-2021 tivemos a malfadada pandemia da covid-19, tendo sido desafiador conseguir — como conseguimos — que a prestação jurisdicional fosse mantida, sem que jurisdicionados, auxiliares da Justiça, magistrados e servidores fossem penalizados, quer com a falta de serviços públicos essenciais — a prestação jurisdicional —, quer com contágios evitáveis pelo vírus”, ponderou.
Num discurso emocionado, a magistrada falou sobre a sua luta e vitória contra o câncer, mantendo a sua rotina de trabalho ao mesmo tempo em que realizava o tratamento.
Carmen também recordou ações em seu período recente como juíza auxiliar da ministra Rosa Weber no Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Por fim, se disse motivada ao retornar ao TRT-4, e encerrou agradecendo a filha Vitória, que sempre esteve ao seu lado em todos os momentos.
Confira aqui a íntegra do discurso da desembargadora Carmen.
Em seu discurso, o desembargador George Achutti agradeceu aos familiares, amigos, servidores e magistrados. Iniciou recordando seu período de cerca de 20 anos na advocacia antes de ingressar na magistratura como juiz substituto, passando para juiz titular e depois como desembargador, sempre seguindo “com o propósito de continuar servindo à causa da Justiça”.
“Por tudo isso, a alegria desta solenidade é de difícil descrição para nós, os homenageados de hoje, pois acarreta uma análise retrospectiva de todas as etapas que seguimos vivenciando, nesse contínuo aprendizado e convivência com tantos colegas queridos”, destacou Achutti.
O magistrado também citou a importância dos servidores que o auxiliaram e auxiliam ao longo de sua carreira, encerrando com um agradecimento aos que hoje o assessoram.
“E esta homenagem e agradecimento, a todos, faço-a nas pessoas do Valdemir e da Anelise, da minha competente, dedicada e engajada equipe do Gabinete 707 aqui no Tribunal, sem os quais a atuação não seria possível”, concluiu o desembargador.
Confira aqui a íntegra do discurso do desembargador George Achutti.
Coube à desembargadora Denise Pacheco saudar Carmen em nome do Tribunal, fazendo um resgate de toda a trajetória profissional da colega de magistratura.
“A desembargadora Carmen é uma mulher e uma profissional destemida e que não se deixa abater pelos desafios, mesmo diante daqueles mais difíceis, como o sério problema de saúde que enfrentou no ano de 2020, no início da sua gestão como Presidente. Como disse então a sua filha Vitória: o nome Carmen significa ‘poema’, mas bem que poderia ser fonte inesgotável de força e coragem’”, destacou Denise.
Confira aqui a íntegra do discurso da desembargadora Denise Pacheco.
Logo após o discurso de Denise, Carmen e a filha Vitória fizeram o descerramento do retrato da desembargadora na Galeria de Presidentes.
Para saudação ao desembargador Achutti, quem fez a saudação em nome do TRT- 4 foi o desembargador João Pedro Silvestrin, também resgatando a trajetória do homenageado.
“À frente da Corregedoria Regional, na gestão 2019/2021, o nosso homenageado realizou trabalho heroico, juntamente com os demais membros da Administração no sentido de conduzir os trabalhos de forma plena e segura”, destacou Silvestrin.
Logo após o discurso de Silvestrin, Achutti e a filha Mariah fizeram o descerramento do retrato do desembargador na Galeria de Corregedores.
O presidente do TRT-4, desembargador Francisco Rossal de Araújo, reforçou a importância do significado da cerimônia de aposição dos retratos. Lembrou que quando assumiu a Presidência, se comprometeu a realizar o descerramento das fotografias que ainda não estavam nas galerias.
“A memória é um dos grandes patrimônios das instituições. As instituições se renovam pela memória dos que estiveram à sua frente”, observou o desembargador.
O magistrado também destacou que a homenagem aos desembargadores Carmen e Achutti merece uma reflexão diferente, já que ambos estiveram à frente da Administração no período da pandemia.
“Eu ainda recordo, porque era vice-presidente do Tribunal, de todas as dificuldades que passamos em função do inusitado, das pessoas queridas que perdemos, do desespero que era cuidar da saúde das pessoas, fechar o Tribunal, abrir o Tribunal, manter o Tribunal funcionando. Esses desafios foram hercúleos e a Carmen se portou como a nossa liderança neste momento, assim como Achutti”, disse Rossal.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio Grande do Sul (OAB-RS), Leonardo Lamachia, destacou que trata-se de uma homenagem histórica a dois profissionais do Direito que têm longa trajetória dentro da magistratura trabalhista.
“Na data de hoje homenageamos a desembargadora Carmen Izabel Centena Gonzalez, que tem na sua história uma postura conciliadora, atenta para resolução dos conflitos e que sempre manteve diálogo institucional e acolhedor na busca de soluções. E o desembargador Achutti, que atuou por cerca de duas décadas como advogado, e com a sua experiência foi responsável por orientar outros magistrados e magistradas no curso de formação inicial, sendo sempre um referencial para a magistratura gaúcha”, disse Lamachia.
Trajetória
Carmen Izabel Centena Gonzalez
É natural de Sant’Ana do Livramento/RS, Carmen Izabel Centena Gonzalez. Em abril de 1989, tomou posse como juíza do trabalho substituta. Em 1992, foi promovida a juíza do trabalho presidente, pelo critério de antiguidade. Presidiu as então Juntas de Conciliação e Julgamento de Ijuí e Guaíba, e também a 2ª e a 30ª Varas do Trabalho de Porto Alegre. Exerceu a Direção do Foro de Porto Alegre de julho de 1999 a junho de 2001.
Em setembro de 2008, pelo critério de merecimento, foi promovida ao cargo de desembargadora federal do trabalho. Nos biênios 2013/2015, 2015/2017 e 2017/2019 foi, respectivamente, vice-corregedora regional, vice-diretora e diretora Escola Judicial. Presidiu o TRT-4 no biênio 2019/2021. Entre 2022 e 2023, exerceu a função de juíza auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na gestão da ministra Rosa Weber.
George Achutti
Natural de Porto Alegre, George Achutti advogou entre 1973 e 1992, com ênfase na área trabalhista. Tomou posse em janeiro de 1992 como juiz do Trabalho substituto do TRT4. Em abril de 1994, foi promovido, por critério de merecimento, a Juiz titular. Presidiu as Varas do Trabalho de Santo ngelo, Sapiranga (2ª), Gravataí (1ª), Novo Hamburgo (5ª), Porto Alegre (8ª e 15ª).
Foi promovido a desembargador do TRT-4 em maio de 2012. Exerceu o cargo de corregedor-regional do TRT-4 no biênio 2019-2021.
