Em palestra sobre assédio moral, médicos destacam a importância da solidariedade dos colegas de equipe
O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) promoveu, na última sexta-feira (24), a palestra online “Assédio Moral e Sexual no Trabalho: quando se misturam sentimentos e sofrimento”.
A iniciativa foi do Comitê de Combate ao Assédio Moral do TRT-RS, em parceria com a Escola Judicial (EJud4) e o Sintrajufe/RS (Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal e do Ministério Público da União no Rio Grande do Sul).
A palestra foi transmitida pelo canal da Escola Judicial - Núcleo de Educação a Distância no Youtube e contou com a audiência de magistrados e servidores do Tribunal e de outros órgãos. Os palestrantes foram Álvaro Roberto Crespo Merlo, médico do Trabalho, e Virgínia Dapper, médica sanitarista da Secretaria Estadual da Saúde. A mediação ficou a cargo de Mara Rejane Weber, servidora do TRT-RS.
A importância do trabalho na formação da identidade do indivíduo foi um dos aspectos destacados na exposição do médico Álvaro Merlo. Conforme o convidado, o trabalho precisa ser mais do que competir, produzir e ganhar dinheiro: deve ser um meio de crescimento, de troca entre indivíduos e de evolução da pessoa como ser humano.
Outro ponto abordado pelo palestrante foi o fato de que as manifestações de sofrimento do trabalhador deixaram de ser, ao longo dos anos, objeto de preocupação da coletividade dos empregados. Antigamente, os colegas de trabalho cumpriam o papel de rede de apoio, o que não ocorre hoje em dia, em que o ambiente é mais competitivo. “O isolamento dificulta a superação dos danos decorrentes de assédio moral ou sexual e pode levar inclusive a doenças graves como depressão, e culminar no suicídio”, pontuou o médico. Segundo ele, a conversa com a vítima é o primeiro passo no processo de recuperação, principalmente se a iniciativa vier de um colega de trabalho, que assim demonstra não ser cúmplice da violência.
Como estratégias para a solução do problema do assédio moral e sexual, foram apontadas a visibilidade e a solidariedade. Para a visibilidade, a participação dos empregadores e dos sindicatos é fundamental, pois eles detêm um poder que o trabalhador, individualmente, não possui. “Deve ser interesse também das empresas combater o assédio e resgatar a dignidade do trabalhador como sujeito humano”, afirmou Virgínia. Ao lado disso, a solidariedade, sobretudo dos colegas de trabalho, é um fator de extrema importância para trazer apoio à vítima e mostrar que ela não está sozinha.
A palestra também serviu como sensibilização para Semana de Combate ao Assédio Moral (11 a 15 de maio), quando serão promovidas outras atividades online sobre o tema, as quais serão divulgadas oportunamente.
Clique aqui para acessar vídeo da palestra no Youtube.