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Publicada em: 27/03/2019 12:24. Atualizada em: 28/03/2019 14:37.

Ministro do TST Lelio Bentes Corrêa conversa com alunos do Projeto Pescar

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Alunos do Pescar comemoram a presença do ministro.
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Citando a música “Mais uma Vez”, de autoria de Renato Russo e Flavio Venturini, o corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro Lelio Bentes Corrêa, se dirigiu aos alunos da Unidade Jurídico-Trabalhista do Projeto Pescar: “Nunca deixe que te digam que não vale a pena acreditar no sonho que se tem, ou que seus planos nunca vão dar certo, ou que você nunca vai ser alguém”. O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) conversou com os jovens no final desta terça-feira (26/03) durante visita agendada por ocasião de sua vinda ao Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS). Diante da turma, ele respondeu perguntas acerca da atuação da Justiça do Trabalho e da sua trajetória pessoal.

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O Projeto Pescar recebe alunos de 16 a 20 anos em situação de vulnerabilidade social. Os jovens encontram na iniciativa uma possibilidade de qualificação e apoio para entrada no mercado de trabalho. O TRT-RS atua como patrocinador, disponibilizando salas de aula para a realização do curso de Iniciação Profissional em Serviços Administrativos, com ênfase em aspectos ligados ao Processo Judicial Eletrônico (PJe) e a atividades do dia a dia de escritórios jurídicos. Paralelamente, diversos servidores participam como voluntários, compartilhando seus conhecimentos e tempo livre com o projeto.

Bate-papo

Os alunos quiseram saber mais sobre o combate ao trabalho infantil e ao trabalho escravo, temas nos quais o ministro Lelio é atuante. “Lembro de uma coisa que meu pai dizia sempre: 'A gente não tem dinheiro para muita coisa, mas para estudar sempre vai ter'. E aí, quando eu inventei de fazer um curso de inglês, ele começou a chegar em casa mais tarde. Hoje eu sei que ele estava fazendo hora extra para poder pagar”, compartilhou. “O estudo foi o caminho que me permitiu realizar os meus sonhos, e eu me dei conta de que nem todos têm essa felicidade. Nós estamos desperdiçando talentos incríveis exatamente por não assegurar às pessoas o seu direito de ter acesso a uma formação, à educação”, completou.

O corregedor também contou como se engajou mais ativamente nessa luta. “Minha ficha caiu quando eu tinha 24 anos de idade e fui fazer uma inspeção num garimpo em Rondônia, um lugar ironicamente chamado de 'Bom Futuro'. Inspecionando o garimpo encontrei um garoto de dez anos carregando um saco de minério, que me contou que trabalhava porque os pais dele estavam doentes. E eu perguntei: 'Mas tu deve ter um sonho'. E ele me respondeu: 'Tenho: de ter muita saúde e não ficar doente, para continuar trabalhando e sustentar minha família'. Então me dei conta, que se ninguém falasse por essas crianças, ninguém iria ouvi-las”, contou. Desde então, ele aponta que houve uma redução de mais de 50% no número de trabalhadores infantis no Brasil, mas ainda há 2,8 milhões de crianças e adolescentes que se dedicam exclusivamente ao trabalho.

O ministro também falou sobre a criação de política públicas adequadas e sobre a necessidade de cobrar o poder público para a solução de problemas estruturais e recorrentes. “Nós ainda temos muito trabalho infantil na agricultura”, mencionou, citando em especial o Rio Grande do Sul e as pequenas propriedades rurais que utilizam a mão de obra infantil. “Isso muitas vezes não só dificulta o acesso à escola, mas leva essas crianças a um estado de exaustão física. Acho que todo mundo aqui já passou por essa situação na vida: chegar muito cansado na aula e dormir. Essas crianças não conseguem prestar atenção, por cansaço físico”, lamentou. Lelio também citou o grande número de crianças em situações informais – vendendo picolé na praia, trabalhando na feira, ou acompanhando a família no trabalho. Segundo o corregedor, o mais delicado dessas situações de trabalho nas ruas é que as crianças ficam vulneráveis a outros tipos de abuso, como a exploração sexual e seu uso pelo tráfico de drogas.

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Fonte: Álvaro Lima (Secom/TRT-RS)
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