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Publicada em: 16/08/2018 17:28. Atualizada em: 20/08/2018 13:41.

TRT-RS sedia seminário nacional de gestão e governança de TI

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16-TIC-810p.jpgO Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) sedia, nesta quinta e na sexta-feira (16 e 17), o Seminário de Gestão e Governança de Tecnologia da Informação (TI), abordando a Transformação Digital na Justiça do Trabalho. Realizado no Auditório Ruy Cirne Lima, do Foro Trabalhista de Porto Alegre, o evento reúne magistrados que integram comitês de Governança de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicações) nos órgãos da Justiça do Trabalho e servidores das áreas de TI e de Controle Interno dos TRTs e do Tribunal Superior do Trabalho. Também participam representantes de instituições convidadas.

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O seminário foi aberto pela presidente do TRT-RS, desembargadora Vania Cunha Mattos, saudando todos os presentes. A magistrada afirmou ser uma entusiasta da tecnologia e destacou que o desenvolvimento da informática já contribuiu e ainda contribui muito para a atuação do Judiciário. Na opinião da desembargadora, agora é o momento de se investir em inteligência artificial, para auxiliar nos grandes desafios do século. “Não se trata de substituir o ser humano pela máquina, mas de produzir novas ferramentas que poderão tornar, no nosso caso, a prestação jurisdicional mais célere, eficiente e eficaz”, disse Vania. A desembargadora citou o caso da própria Justiça do Trabalho, que já utiliza inteligência artificial para verificação de pontos comuns, o que proporciona maior celeridade na análise dos pressupostos de admissibilidade de recursos de revista, por exemplo. Acesse o discurso na íntegra.Abre em nova aba

Na sequência, o presidente do Comitê de Governança de TIC do TRT-RS, desembargador Cláudio Antônio Cassou Barbosa, reforçou as boas-vindas ao público e destacou que a reconhecida celeridade da Justiça do Trabalho muito se deve à sua informatização. O desembargador salientou a importância da parceria entre magistrados e servidores do quadro técnico no processo de desenvolvimento das ferramentas. “Que a Justiça do Trabalho continue nessa caminhada, aliando tecnologia com o conhecimento jurídico, para fornecer à sociedade brasileira a prestação jurisdicional célere e qualificada que pretendemos”, concluiu.

Palestras

O primeiro palestrante do seminário foi Cássio Dreyfuss, vice-presidente de pesquisas da Gartner, empresa global especializada em pesquisas na área de tecnologia da informação. Ele explicou que a transformação digital não é a tecnológica, e sim a que começa pela mentalidade das pessoas. “As pessoas vão transformar a organização, e a organização utilizará a tecnologia para a transformação digital”, sublinhou. Conforme o palestrante, nesse processo há dois aspectos centrais. O primeiro é a capacidade de gestão da informação. Afinal, hoje ela chega de fontes externas em quantidade e velocidade muito maiores que no passado, sendo necessário um filtro de qualidade baseado em atributos como segurança, privacidade, integridade, validade, entre outros. O segundo aspecto é a inovação, que significa começar a fazer as coisas de uma maneira diferente. Para inovar é necessário, em um cenário ideal, um alinhamento entre a visão de negócio (que detecta as oportunidades tecnológicas para agregar valor à organização), a visão tecnológica (decisões sobre o portfólio de ferramentas a serem usadas) e a visão organizacional (de que forma a instituição vai utilizar a tecnologia e qual será o impacto nas pessoas). De acordo com Dreyfuss, a inovação também depende fundamentalmente do engajamento e da colaboração entre as pessoas envolvidas, além de um planejamento flexível, métricas e liderança compartilhada.

Ainda na parte da manhã, o seminário contou com a apresentação de Wesley Vaz, do Instituto Brasileiro de Governança Pública (IBGP). O convidado destacou que a transformação digital deve envolver tolerância ao risco (aceitar que projetos podem dar certo ou errado), colaboração entre as pessoas, agilidade e aprendizado. O palestrante explicou três pilares importantes desse processo. Um deles é a liderança, que começa pelo necessário apoio da alta Administração da organização. Conforme o palestrante, os líderes da transformação devem conhecer e saber lidar com pessoas, sendo mais coachs do que chefes – e se também tiverem conhecimento tecnológico, melhores ainda serão os resultados. Outro pilar é o estratégico, no qual o primeiro passo é conseguir ter uma visão mais ampla, na qual a organização reconhece o "ecossistema" em que está inserida e qual o seu papel dentro dele – o ecossistema é o ambiente que conecta a organização, seus clientes, parceiros e provedores de informações e serviços. “As mudanças precisam ser sistêmicas. É preciso investimento nessa visão”, afirmou Wesley.  Na transformação digital, segundo o convidado, a tecnologia não é o negócio, e sim o instrumento, e deve ser dada preferência a uma escala de experimentos de curto prazo (que eventualmente podem dar errado e gerar aprendizado).  O terceiro e último pilar é a inovação, processo que começa com a ideia, passa pela adaptação da tecnologia e termina com as definições sobre como as ferramentas devem ser utilizadas e uma análise de seus impactos. 

O representante do IBGP também mencionou que, atualmente, o ciclo de uma ferramenta tecnológica tem quatro etapas: experimento, utilização, regulação e fim (dando origem a uma nova). Ele ainda comentou sobre o excesso de normatização no Brasil, considerado um problema. Para Wesley, deve haver uma “burocracia mínima viável”, que permita a evolução tecnológica e o ambiente de colaboração sem descumprir nenhum aspecto legal.

Painéis e feira de tecnologia

A programação da tarde iniciou com um painel que debateu a transformação digital e a governança de TI na Justiça do Trabalho. Na abertura, a diretora de Secretaria de Tecnologia de Comunicação e Informações (Setic) do TRT-RS, servidora Natacha Moraes de Oliveira, falou sobre o papel da área de TI no Judiciário. “É importante a gente conhecer bem o que o  Tribunal faz para termos mais condições de interagir com ele”, avaliou. A gestora citou algumas ações desenvolvidas pela secretaria nesse sentido, entre elas o projeto “TI mais próxima do usuário”. Em um primeiro momento, os integrantes da equipe visitaram unidades para ensinar algumas questões práticas e úteis envolvendo tecnologia da informação e, depois, repetiram as visitas para aprender sobre o funcionamento da área judiciária. 

O diretor de TIC do TRT3 (MG), Gilberto Atman Picardi Faria, ressaltou ser importante que as equipes dessa área questionem-se constantemente sobre o trabalho realizado. “A pergunta a ser feita é: por que estamos fazendo isso? O que nós devemos buscar, principalmente, é a efetividade. Temos que pensar no que fazer para o trabalho atingir resultados objetivos”, avaliou. O diretor da Setic do TRT11 (AM e RR), André Fabiano Santos Pereira, falou sobre os desafios da governança de TI no “Judiciário 4.0”, a quarta geração da revolução digital. “Hoje os debates abrangem temas como big data, aprendizagem de máquinas ou inteligência artificial. Nosso desafios são baseados nas possibilidades que podemos extrair disso. O que tentamos fazer hoje é repetir o que está acontecendo lá fora, de uma maneira organizada, dentro do Judiciário”, comentou. O painel foi encerrado com as falas do desembargador Carlos Lôbo e do secretário de TI Roberto Rosa, que apresentaram ao público o projeto de modernização do Plenário do TRT14 (RO e AC). 

O último painel do dia abordou o papel dos órgãos auditores dos TRTs no país. O debate foi mediado por Marcus Vinicius Reis de Alcântara, secretário de controle interno do TRT20 (SE), que também falou sobre as contribuições do controle nas contratações de TI. O painel contou com a exposição dos secretários de tecnologia da informação Cláudio Feijó (do Conselho Superior da Justiça do Trabalho - CSJT), que falou sobre a auditoria do Processo Judicial Eletrônico (PJe) e sobre o posicionamento da Justiça do Trabalho nas solicitações do Tribunal de Contas da União (TCU), e Marcelo Lauriano Lúcio (Conselho Nacional de Justiça - CNJ), que discorreu sobre governança, gestão e infraestrutura de TI e Comunicações no Poder Judiciário.

Durante o coffe break, realizado entre os painéis do turno da tarde, o público teve a oportunidade de visitar uma feira de tecnologia promovida pela Setic do TRT-RS. Na ocasião, a equipe da secretaria apresentou os projetos desenvolvidos pela Justiça do Trabalho gaúcha na área de tecnologia da informação. 

Confira aqui a programação completa do seminário, que continua nesta sexta-feira.

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Fonte: Gabriel Borges Fortes. Fotos: Inácio do Canto (Secom/TRT4)
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