Justiça do Trabalho faz 40 anos
Na cerimônia, a juíza Themis Pereira de Abreu ressaltou o trabalho da equipe
O Tribunal de Justiça do Trabalho comemorou ontem seus 40 anos em Montenegro. Um ato solene foi realizado na sede do órgão, reunindo autoridades estaduais e municipais. Todos que usaram a palavra ressaltaram não apenas o trabalho da Vara montenegrina, mas também da Justiça em todo o país. O prefeito Percival de Oliveira (PMDB) apontou que as relações pessoais sempre abrem margem para conflitos, e na relação entre patrão e emprego não é diferente. Segundo ele, dessa realidade surge a importância da Justiça do Trabalho, sendo que nenhuma profissão é tão nobre quanto promover o entendimento, baseado na justiça. "Este ato celebra os 40 anos desta entidade, mas quem comemora é toda a comunidade", declarou. A juíza titular da Vara do Trabalho, Themis Pereira de Abreu, destacou a capacidade que o órgão tem hoje para atender plenamente quem o procura. Ela agradeceu o apoio do Tribunal Regional do Trabalho, mas também fez questão de ressaltar o esforço dos funcionários da unidade. Durante o ato, ela lançou uma portaria comemorativa em louvor aos 40 anos e em homenagem aos servidores. A juíza trazia nas mãos a capa de uma pasta de processo, igual aquelas usadas diariamente na Vara. Nos espaços de reclamante e reclamado vinha escrito "uma pessoa" e "outra pessoa". A magistrada explicou que era uma lembrança da rotina do tribunal. "É com isso que trabalhamos todos os dias, pessoas", exclamou, emocionada. O juiz-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª região, Denis Marcelo de Lima Molarinho, disse ser fundamental reafirmar o trabalho da Vara em Montenegro. Segundo ele, assim como a Justiça do Trabalho em todo o Brasil, a unidade de Montenegro vem mediando o entrechoque capital/trabalho. Molarinho lembrou do surgimento da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), quando o valor do trabalho não era reconhecido, pois provinha da escravidão. Ele ressaltou a vitória dessa Justiça, lembrando que, no princípio, ela era mal quista em algumas comunidades. "Vem pra quê? Plantar a discórdia, diziam", lembrou. O juiz revelou que os processos na Justiça do Trabalho estão estacionados, revelando que, se não aumentaram também não reduziram. Molarinho explicou ainda que os tipos de embates também estão mais sofisticados. Sobre a reforma trabalhista, o magistrado disse apenas que a CLT é sim uma lei antiga, no entanto, enquanto não houver uma estrutura sindical forte, será preciso manter uma lei detalhada.