Exposição Tantos Uns
Não generalize. Lembre-se de que somos pessoas com deficiência, ou seja, primeiramente somos pessoas, com opiniões, ideias e gostos individuais, como todas as pessoas. Conforme indica o nome desta exposição, somos Tantos Uns, e cada Um é diferente de todos os outros. Dê à pessoa com deficiência a chance de tentar. Muitas vezes, pessoas que não convivem com deficientes, não têm contato nenhum conosco, se julgam em condições de dizer o que conseguimos ou não fazer. Essas pessoas não conhecem os recursos que temos nem as tecnologias que usamos e, baseadas apenas em critérios intuitivos, acham que conseguem determinar nossos limites. Em muitos casos podem até ter razão, podemos realmente não conseguir fazer, mas por que não nos dar a chance de tentar? E se der certo, se conseguirmos? Qualquer deficiência nos impõe limites (que dependem do grau da deficiência), mas muitas vezes o limite realmente intransponível é a resistência dos outros. Se quiser perguntar alguma coisa a uma pessoa com deficiência e ela estiver acompanhada de alguém, não pergunte ao acompanhante. Essa é uma das atitudes mais desagradáveis que uma pessoa pode tomar com relação a nós. É frequente um deficiente ir com alguém a um restaurante e o garçom perguntar para este alguém: “O que ele vai comer”? Pergunte sempre, mas sempre mesmo, para a pessoa com deficiência aquilo que você quer saber dela. Não é necessário tentar nos consolar. Geralmente, não gostamos de ouvir expressões como “Deus tira uma coisa mas dá outra”, “olhos da alma”, “você enxerga mais do que eu”, etc. A intenção é sempre boa, mas o resultado é vazio e, sejamos francos, não ajuda nada.
. Gilberto Henrique Buchmann . |
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