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Publicada em: 07/03/2025 15:20. Atualizada em: 07/03/2025 15:27.

Especialista do Instituto Maria da Penha fala sobre violência doméstica para pessoas do TRT-RS

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Conceição de Maria Mendes de Andrade, na tela do Zoom
Conceição de Maria Mendes de Andrade

A superintendente do Instituto Maria da Penha (IMP), Conceição de Maria Mendes de Andrade falou nesta sexta-feira (7/3) sobre o “Enfrentamento da Violência Doméstica e Violência de Gênero”, em palestra realizada pela Escola Judicial (Ejud4). 

A atividade integra as ações do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) alusivas ao Dia Internacional da Mulher.

O Instituto Maria da PenhaAbre em nova aba foi fundado em 2009, na cidade de Fortaleza (CE), e também tem atuação em Recife (PE).

Mulheres e homens que trabalham mediante terceirização no Tribunal acompanharam o evento presencialmente, em uma sala de aula da Escola. Houve, ainda, a transmissão on-line para magistrados(as) e servidores(as). 

Foto em plano aberto da sala de aula da Ejud, durante a palestra. Aparecem os trabalhadores(as) sentados(as) e o telão ao fundo.
Trabalhadores(as) mediante terceirização assistiram na EJud

A mediação foi da juíza Lúcia Rodrigues de Matos, uma das coordenadoras do Comitê de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade do TRT-RS, parceiro da EJud4 no evento.

Palestra

Conceição contou a história de Maria da Penha, com os episódios de violência iniciados na década de 1980 pelo ex-marido, e que culminaram com a criação da Lei 11.340/2006Abre em nova aba, que leva seu nome. 

Ela relatou a demora na punição do agressor, 14 anos após a primeira tentativa de homicídio, e falou sobre a denúncia do Brasil à Organização dos Estados Americanos (OEA), em função da morosidade do processo.

Foto de trabalhadores(as) assistindo a palestra na Escola Judicial. A palestrante aparece no telão. No primeiro plano, alguns dos trabalhadores.
Atividade foi uma parceria entre EJud4 e Comitê de Equidade

A palestrante abordou os tipos de violência doméstica, fases do ciclo de violência, masculinidade tóxica e sobre formas de ajuda às vítimas e canais de denúncias. 

Por que precisamos de uma lei para enfrentar a violência doméstica? 

No início da palestra, Conceição respondeu à pergunta destacando números que colocam o Brasil em posição preocupante em relação ao tema.

De acordo com os dados, a cada 35 minutos uma mulher é agredida física ou verbalmente no país. Três, ao menos, são mortas diariamente. 

Slide da apresentação, com as fases do ciclo da violência, citadas na matériaO número mais elevado de vítimas de agressão está entre as mulheres negras (46%, número 10% maior em relação às mulheres brancas).

O Brasil é o quinto país no mundo em número de feminicídios.

Conceição destacou que a Lei Maria da Penha criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, a exemplo das medidas protetivas, inexistentes antes da sua vigência. 

“Antes da Lei, a própria vítima da agressão tinha que entregar a notificação gerada pela denúncia ao agressor, o que, em grande parte dos casos, levava a mais episódios de violência. Hoje, isso é proibido”, exemplificou.

A legislação é cabível quando o agressor tem relação de parentesco ou laço de afetividade com a vítima, independentemente de os envolvidos morarem no mesmo espaço físico ou do local onde ocorreu a agressão. Pode ser usada, ainda, nos casos em que o relacionamento afetivo já terminou.

Sobre as formas de violência, a palestrante esclareceu que são cinco: psicológica, moral, sexual, patrimonial e física. 

“A violência psicológica é a primeira, começa com comentários como ‘Você não sabe cozinhar, você não sabe arrumar uma casa. Você é gorda. A vizinha sim é que é bonita’. É dessa forma que se abre o caminho para as outras formas de violência”, exemplificou.

Quanto à última instância da violência, o feminicídio, ela alertou que sempre é “anunciado”, não acontece do dia para a noite. 

Conceição ainda falou sobre os ciclos da violência, que vão desde a fase da tensão, episódios de violência, lua de mel (uma promessa de que não irão se repetir), nova fase de tensão, episódios agudos de violência (cada vez piores) e nova fase de lua de mel.

Ao finalizar, a palestrante afirmou que o caminho até a denúncia é longo, podendo chegar até oito anos, pois em muitos casos a mulher se sente constrangida e fica buscando justificativas como se ela própria fosse a culpada pelos fatos.

Para quem tem conhecimento de situações de violência, a palestrante deu dicas sobre palavras que podem ajudar. São exemplos: “você não está sozinha(o)”, “eu acredito em você”, “sua vida é importante para nós”, “o que você deseja fazer e como eu posso te ajudar?”. 

“É importante falar sobre o assunto dentro de casa e com os amigos. E é importante, também, que os adolescentes tenham conhecimento sobre a violência doméstica e familiar”, concluiu.

Indicações:

Livro “Sobrevivi. Posso Contar”, publicado em 1994 por Maria da Penha.

Documentários “O Caminho”Abre em nova aba e “Precisamos falar com os homens”,Abre em nova aba ambos disponíveis no Youtube do Instituto Maria da Penha e no ONU Mulheres, respectivamente.

Canais de denúncia:

Disque 180 

Whatsapp (61) 9610 0180

Emergências: 190

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Fonte: Sâmia Garcia (Secom/TRT4)
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