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Publicada em: 17/03/2022 14:31. Atualizada em: 17/03/2022 14:36.

“Não há limites para a participação da mulher no pacto social, uma profunda e bem-vinda revolução aconteceu”, diz a desembargadora Alcina Tubino Ardaiz Surreaux, primeira mulher a presidir o TRT-4

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Foto da desembargadora Alcina Tubino Ardaiz Surreaux. Ela é uma senhora de pele clara, cabelos castanhos ondulados e curtos. Está sorrindo. Usa um casaco marrom, blusa branca, brincos e  colar de contas pretas.A desembargadora Alcina Tubino Ardaiz Surreaux ingressou na magistratura trabalhista em 1959, como presidente da JCJ de Novo Hamburgo. Na década de 1980, foi a primeira mulher a presidir a instituição e a quarta a estar à frente de um tribunal trabalhista brasileiro. Leia abaixo seu depoimento para o TRT-4:

*"O Magistério, tradicional caminho profissional das mulheres naquela época, não me interessava. Minha mãe, uma pessoa muito à frente do seu tempo, me ajudou nessa escolha, sugerindo a carreira do Direito. Éramos apenas três mulheres na faculdade da UFRGS.

Aprovada no concurso para juiz do trabalho em 1957, tomei posse em 1º de junho de 1959 como juíza presidente na Junta de Conciliação e Julgamento de Novo Hamburgo. Depois, vim a Porto Alegre. A questão de estar entre homens nunca foi um problema. Sempre fui tratada com respeito e delicadeza pelos meus colegas.

À época, sendo eu muito jovem e mulher (com as limitações que essa condição implicava naqueles anos) ia ao trabalho de carro, acompanhada por minha mãe. Em uma ocasião, foi publicada uma nota em um jornal, na qual o jornalista se dizia surpreso por encontrar 'uma magistrada de saias em sessão na comarca de Novo Hamburgo'.

Quando me tornei a primeira mulher presidente do Tribunal (1985/87), o fato foi altamente festejado e noticiado. Senti orgulho pela conquista, mas também o peso dessa responsabilidade. Minha prioridade havia sido sempre o desempenho da função de magistrada propriamente dito. Quanto à experiência administrativa, fui começando a construir na gestão anterior, quando era vice-presidente e o então presidente, Pereira Leite, teve que se ausentar por longos períodos, devido a problemas de saúde. Assim, fui aprendendo e me preparando antes de assumir oficialmente o cargo.

As mulheres se lançaram com fúria ao mercado de trabalho, em que pese todas as múltiplas funções que desempenham, as duplas jornadas e o fato injusto de que ainda recebem salários inferiores aos dos homens. Creio que meus muitos anos me fizeram testemunha e partícipe de uma radical mudança nos padrões sociais. Não há limites para a participação da mulher no pacto social, uma profunda e bem-vinda revolução aconteceu no âmago da sociedade."

*Depoimento retirado de material original cedido pela filha da desembargadora, Helena. Compôs parte da reportagem da série “Nossas Histórias”, publicada em 3/7/2018, no portal interno do TRT-4, de autoria do jornalista Gabriel Pereira Borges Fortes Neto.
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Fonte: Secom/TRT4
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