Documentário “O Futuro do Mundo é Preto” é exibido durante o II Festival Cinema Negro em Ação
A veiculação ocorreu na noite dessa terça-feira (23/11), na Cinemateca Paulo Amorim, em Porto Alegre. Estavam presentes dezenas de pessoas, incluindo participantes e realizadores do documentário.
Antes do filmeAbre em nova aba iniciar, a curadora do Festival, Camila de Moraes, chamou à frente uma das diretoras da obra, a servidora do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) Roberta Liana Vieira. Roberta registrou o caráter colaborativo da produção, que não teria sido viabilizada não fosse o engajamento dos envolvidos. E a juíza Gabriela Lenz de Lacerda, coordenadora do Comitê de Equidade do Tribunal e uma das entrevistadoras, sublinhou o ineditismo da iniciativa dentro do Judiciário brasileiro. “A instituição é feita de pessoas, e esse projeto é uma baita prova de como podemos fazer a diferença dentro de uma instituição”, constatou.
Márcio Meireles Martins, servidor do TRT-RS que também conduziu entrevistas para o filme, reconheceu que o projeto tomou dimensão maior do que a inicialmente imaginada, rendendo cada vez mais frutos. “Aprendi muito”, admitiu Karine Emerich, diretora e roteirista, acrescentando: “acessar essas histórias de vida me deixou uma pessoa melhor”. E Hopi Chapman, também diretor, concluiu: “espero que esse filme seja mais um tijolo na luta antirracista, para que o Brasil possa mudar sua sociedade”.
O Futuro do Mundo é Preto
A obra reúne depoimentos de 26 servidoras e servidores e de um magistrado pretos e pardos, todos integrantes do TRT-RS. Eles falam sobre suas histórias e vivências, passando pelas famílias, infâncias, estudos, trabalho e arte, depoimentos aprofundados pelas perspectivas da identidade racial, da ascensão social e do preconceito sofrido.
O documentário é resultado de 120h de entrevistas, conduzidas por Roberta, Marcio e Gabriela, ao longo de um ano e meio. Toda a trilha sonora foi composta e executada pelos servidores negros Vladimir Rodrigues, Jorge Cidade e Márcio Bandeira.
O longa-metragem faz parte do “Projeto Percursos, Vivências e Memórias de servidores e magistrados negros e negras do TRT4Abre em nova aba”, conduzido pelo Comitê de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade do Tribunal. Também integra essa iniciativa o livro “Negras MemóriasArquivo tipo pdf de 19MBAbre em nova aba”, que registra em texto e fotos a trajetória dos entrevistados. Sua realização teve parceria do Memorial e da Escola Judicial, tendo contado com apoio da Administração do Tribunal.
II Festival Cinema Negro em Ação
A atividade teve início no sábadoAbre em nova aba, quando se celebra o Dia da Consciência Negra: 20 de novembro. É promovida pela Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul, por meio da Casa de Cultura Mario Quintana e do Instituto Estadual de Cinema.
Foram selecionadas produções audiovisuais realizadas por pessoas negras em todo o Brasil. A iniciativa premiará os selecionados nas categorias videoclipe, videoarte, curta-metragem, longa-metragem, e mercado e conteúdos. O documentário do TRT4 integra a lista dos sete longa-metragens destacados pela seleção.
A divulgação dos selecionados foi feita ao vivo, pela TVE-RS, em 15 de outubro. A exibição dos longas ocorre até 27 de novembro de 2021, sempre na Cinemateca Paulo Amorim (Rua dos Andradas, 736, térreo). A cerimônia de premiação será à 21h30 do sábado, transmitida pela TVE.