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Publicada em: 16/04/2019 20:04. Atualizada em: 22/04/2019 11:44.

Alysson Mascaro analisa Direito, Economia e Política em palestra na Escola Judicial

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Foto do professor Alysson Mascaro falando no microfone
Foto geral da plateia na sala da Escola Judicial
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 O Direito do Trabalho, a Economia e a Política na atualidade foram os temas abordados pelo professor Alysson Leandro Mascaro, da Universidade de São Paulo (USP), na Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS). A palestra ocorreu no dia 11 de abril, no tradicional “Fim de Tarde”, evento da EJud4 destinado ao debate de temas relevantes para a Justiça do Trabalho. 

Alysson Mascaro avaliou que o mundo vive um quadro trágico, mas declarou que tem esperança na possibilidade de compreensão e transformação dessa realidade. O palestrante ressaltou que é preciso identificar as linhas de força que movem a história e encontrar a forma adequada para resistir e atuar buscando a mudança. “Só é possível agir no mundo com ciência. As pessoas estão errando não só no remédio usado para curar a doença, estão errando também no seu diagnóstico”, observou. 

 O professor abordou conceitos da psicanálise e da filosofia para refletir sobre o mundo contemporâneo. “O narcisismo e a razão cínica são os dois principais sintomas da sociedade pós-fordista”, afirmou. A razão cínica, conforme o palestrante, está relacionada a uma ordem de fala na qual não há compromisso efetivo com a realidade. Esta seria a base do discurso moralista, que leva pessoas a defenderem publicamente o contrário do que vivenciam de fato. O conceito psicanalítico de “gozo” também foi utilizado para explicar a satisfação que as pessoas sentem com esse tipo de comportamento. “É o gozo de dispor de uma certa fantasia, que aumenta a potencialidade do prazer em face do que os outros esperam. Assim, o mais imoral dos corruptos defende a moralidade”, observou. A razão cínica explicaria as argumentações contraditórias, que atacam o Direito do Trabalho defendendo que isso pode salvar os trabalhadores. O narcisismo, por sua vez, leva as pessoas a se sentirem obrigadas a transparecer felicidade e sucesso o tempo todo, sem jamais demonstrar sofrimento. “É muito vergonhoso admitir que outros ganham e eu perco. Em um mundo baseado no consumo, quem tem capital é feliz. De tal sorte que, na sociedade narcisista, a coisa mais absurda é a condição do trabalhador”, avaliou. Esse problema, segundo o palestrante, leva as pessoas a fugirem da defesa da classe trabalhadora, porque isso fere o narcisismo. 

 A partir dessas análises, Alysson Mascaro observou que não é possível buscar uma transformação da realidade por meio do discurso moralista. A única forma de se entender o mundo é pela compreensão da dinâmica do capital. Conforme o palestrante, a crise atual do capitalismo teria raízes na passagem do modelo fordista para o pós-fordista. “Esse modelo não está lastreado na produção. O capital financeiro efetivamente faz dinheiro fictício”, observou. O ataque aos direitos sociais, conforme o professor, seria uma consequência do modelo pós-fordista. Alysson Mascaro ponderou que, apesar de não representar o fim da exploração, o Direito do Trabalho estabelece um piso, um patamar mínimo de direitos para os trabalhadores. O problema, segundo o jurista, é que boa parte da população vive em condições tão precárias que não se interessa mais pela defesa desses mínimos, e acaba atraída pelo discurso de estímulo a “ser empresário de si mesmo”, que traz consigo um ataque a direitos sociais e tende a agravar a miséria. Alysson Mascaro concluiu sua palestra analisando que a solução para uma verdadeira transformação social só pode vir do próprio povo, em um processo que leve o mundo a não ser mais determinado pela exploração. “Quem sabe um dia teremos outra história, que não será de Direito, mas será de justiça”, refletiu. 

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Fonte: Guilherme Villa Verde (Secom/TRT-RS)
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