Rap de autoria de estudante gaúcho vence categoria do Prêmio Anamatra de Direitos Humanos
O rap “Quebrando as Correntes”, de autoria de Maxwell Pereira dos Santos, aluno da Escola Estadual de Ensino Médio Japão, de Porto Alegre, é um dos projetos vencedores do Prêmio Anamatra de Direitos Humanos, na categoria Programa Trabalho, Justiça e Cidadania (TJC).
A obra foi inscrita pela Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 4ª Região (Amatra IV). A entidade desenvolve o Programa TJC no âmbito do Rio Grande do Sul. O programa foi criado em 2004 pela Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho) e consiste na atuação de juízes do Trabalho em escolas, oferecendo formação de professores e palestras sobre direitos e cidadania a alunos. A Escola Japão foi uma das contempladas no Estado, e Maxwell participou das atividades. A música premiada aborda o trabalho infantil e o trabalho escravo. “Quebrar as correntes” representa a força dos explorados e da sociedade para mudar essa situação.
Assista ao clipe do rap:
Os vencedores foram conhecidos nessa quarta-feira (23), em reunião conduzida pela diretora de Cidadania e Direitos Humanos da Anamatra, Luciana Conforti. O prêmio também possui outras duas categorias: “Imprensa” e Cidadã”. Nesta edição, o júri é formado pela ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Maria Helena Mallmann, a secretária-executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPETI), Isa Oliveira, e o jornalista e mestrando em educação na UnB Manuel Montenegro.
“Nossas escolhas acabaram por contemplar problemas sociais de urgente solução. Os trabalhos vencedores dão visibilidade à exploração do trabalho de pessoas que passam despercebidas”, destaca Montenegro. Especificamente em relação à categoria Imprensa, o profissional destaca o interesse de seus colegas pelo tema. “Ainda temos jornalistas atentos ao humanismo no trabalho da imprensa”, analisa.
Para a ministra Mallmann, a iniciativa da Anamatra com o Prêmio é uma forma fantástica de aproximação com diversos setores da sociedade e a experiência de participar do júri foi enriquecedora. “Nós estamos sempre julgando relações sociais, do capital versus trabalho, que são extremamente conflituosas por serem entre desiguais”, disse, defendendo a necessidade do juiz sair de sua sala de audiência e ter contato com a realidade.
A secretária do FNPETI também destacou a importância do conteúdo dos trabalhos. “Trata-se de uma oportunidade de dar destaque para situações que são inaceitáveis e não permitidas por lei e que, portanto, têm que ser enfrentadas e combatidas”, defendeu.
Confira no site da Anamatra a relação completa dos vencedores.