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Publicada em: 25/07/2018 13:29. Atualizada em: 25/07/2018 13:41.

Coletivo Negros/TRT4 aborda Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha

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Arte representando a silhueta de um rosto de de mulher negra de perfil
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Em 1992, na República Dominicana, mulheres negras organizaram o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, para discutir o machismo e o racismo e as formas de combatê-los. Do encontro, nasceu o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha, lembrado todo 25 de julho, tendo em vista que no dia 08 de março de 1857, data que deu origem à comemoração do Dia Internacional da Mulher, as mulheres negras ainda eram escravizadas.

De acordo com o IBGE, a população negra corresponde a mais da metade dos brasileiros (54%) e também é a que mais sofre com a pobreza (três em cada quatro pessoas pobres são negras).

Quando o assunto é mulheres negras e violência, os dados ainda são alarmantes: mulheres negras são mais vítimas de violência obstétrica, abuso sexual e homicídio. De acordo com o Mapa da Violência 2017, enquanto a mortalidade de não-negras (brancas, amarelas e indígenas) caiu 7,4% entre 2005 e 2015, entre as mulheres negras o índice subiu 22%. 

Profissionalmente, são poucas as mulheres negras nos meios de comunicação, cargos de chefia e de governo, ao passo que mulheres negras são a maioria nos considerados "subempregos".

Entre as pessoas de 25 a 44 anos de idade, o percentual de mulheres brancas com ensino superior completo é de 23,5% e o de mulheres negras é de 10,4%. 

Ainda, mulheres brancas recebem 70% a mais do que negras, segundo a pesquisa Mulheres e Trabalho, do IPEA, publicada em 2016.

No Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, 96,6% dos magistrados e magistradas se declaram brancos e apenas 3% dos servidores se declaram negros, sendo que não temos informação do percentual de mulheres negras dentro dessa estatística.

Portanto, assim como o dia 08 de março, o dia 25 de julho não é um dia de festa, mas serve para fortalecer a luta das mulheres negras contra o racismo e as heranças deixadas por mais de 300 anos de escravidão no Brasil e para reforçar os seus laços.

"Eu não sou livre enquanto houver mulheres que não são, mesmo que suas algemas sejam muito diferentes das minhas", Audre Lorde (escritora americana de descendência caribenha, feminista lésbica e ativista na luta pelos direitos humanos. Lorde faleceu em 1992 e sua obra serve como inspiração e referência para pesquisas sobre racismo e feminismo negro).

Em 1992, na República Dominicana, mulheres negras organizaram o primeiro Encontro de Mulheres Negras Latinas e Caribenhas, para discutir o machismo e o racismo e as formas de combatê-los. Do encontro, nasceu o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha, lembrado todo 25 de julho, tendo em vista que no dia 08 de março de 1857, data que deu origem à comemoração do Dia Internacional da Mulher, as mulheres negras ainda eram escravizadas.

De acordo com o IBGE, a população negra corresponde a mais da metade dos brasileiros (54%) e também é a que mais sofre com a pobreza (três em cada quatro pessoas pobres são negras).

Quando o assunto é mulheres negras e violência, os dados ainda são alarmantes: mulheres negras são mais vítimas de violência obstétrica, abuso sexual e homicídio. De acordo com o Mapa da Violência 2017, enquanto a mortalidade de não-negras (brancas, amarelas e indígenas) caiu 7,4% entre 2005 e 2015, entre as mulheres negras o índice subiu 22%. 

Profissionalmente, são poucas as mulheres negras nos meios de comunicação, cargos de chefia e de governo, ao passo que mulheres negras são a maioria nos considerados "subempregos".

Entre as pessoas de 25 a 44 anos de idade, o percentual de mulheres brancas com ensino superior completo é de 23,5% e o de mulheres negras é de 10,4%. 

Ainda, mulheres brancas recebem 70% a mais do que negras, segundo a pesquisa Mulheres e Trabalho, do IPEA, publicada em 2016.

No Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, 96,6% dos magistrados e magistradas se declaram brancos e apenas 3% dos servidores se declaram negros.

Portanto, assim como o dia 08 de março, o dia 25 de julho não é um dia de festa, mas serve para fortalecer a luta das mulheres negras contra o racismo e as heranças deixadas por mais de 300 anos de escravidão no Brasil e para reforçar os seus laços.

"Eu não sou livre enquanto houver mulheres que não são, mesmo que suas algemas sejam muito diferentes das minhas", Audre Lorde (escritora americana de descendência caribenha, feminista lésbica e ativista na luta pelos direitos humanos. Lorde faleceu em 1992 e sua obra serve como inspiração e referência para pesquisas sobre racismo e feminismo negro.).

Vozes-Mulheres - Conceição Evaristo (In Cadernos Negros, vol. 13, São Paulo, 1990)

A voz de minha bisavó
ecoou criança
nos porões do navio.
ecoou lamentos
de uma infância perdida.

 A voz de minha avó
ecoou obediência
aos brancos-donos de tudo. 

A voz de minha mãe
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo à favela.

 A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome.

 A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas.
A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato.
O ontem – o hoje – o agora.
Na voz de minha filha
se fará ouvir a ressonância
o eco da vida-liberdade.

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Fonte: Texto do Coletivo Negros/TRT-RS, arte da Secom/TRT-RS
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coletivo negros trt4
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