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Publicada em: 11/05/2018 19:32. Atualizada em: 14/05/2018 13:27.

O treze de maio: Dia Nacional da Denúncia contra o Racismo

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Início do corpo da notícia.

Por muitos anos, a data de 13 de maio foi motivo de comemoração no Brasil, em razão da abolição da escravidão em 1888. Porém, a realidade enfrentada pelos negros nos anos que se seguiram, só veio a demonstrar que, de fato, o evento histórico teve muito maior importância e significado para a elite política e econômica, do que propriamente para a população liberta. A nação livrara-se de uma nódoa condenada pelo dito mundo civilizado, ao mesmo tempo em que introduzia a mão de obra imigrante em substituição ao trabalho dos negros escravizados. Assim, encaminhava-se a solução de dois problemas: apagava-se a chaga de caráter humanitário que a escravidão representava perante as nações industrializadas; e tratava-se de branquear a população brasileira através da imigração europeia trazida em larga escala.

Treze de maio traição,
liberdade sem asas
e fome sem pão

Liberdade de asas quebradas
como
........ este verso.

Liberdade asa sem corpo:
Sufoca no ar,
Se afoga no mar

O quadro que se seguiu foi de uma cruel marginalização da população negra, que, abandonada à própria sorte, passou a buscar nos centros urbanos a possibilidade de sobrevivência em um contexto social que lhe era hostil, tanto pela falta de preparo aos desafios, quanto pela falta de acolhimento de um Estado omisso e opressor.

A marca de mais de 300 anos de escravidão se constituiu em um fardo muito pesado para a população negra, na medida em que o imaginário coletivo associou a sua imagem a aspectos de caráter negativo como a miséria, a ignorância, a malandragem, o ócio e a criminalidade.

Treze de maio – já dia 14
o Y da encruzilhada:
seguir
banzar
voltar?

Treze de maio – já dia 14
a resposta gritante:
pedir
servir
calar.

Diante desse contexto é que o 13 de maio passou a ser considerado o Dia Nacional da Denúncia Contra o Racismo, como alternativa à data em que foi assinada a Lei Áurea. A verdade é que o movimento nacional de revisão crítica desse fato histórico teve início no estado do Rio Grande do Sul em 1971, quando o Grupo Palmares, liderado pelo poeta, professor e pesquisador Oliveira Silveira, que reunia militantes e pesquisadores da cultura negra brasileira, propôs a não comemoração do dia da abolição da escravidão, pelo fato de não representar a tomada de consciência da população negra, mas apenas a oficialização da falsa liberdade concedida por suposta benevolência.

Os brancos não fizeram mais
que meia obrigação
O que fomos de adubo
o que fomos de sola
o que fomos de burros cargueiros

o que fomos de resto
o que fomos de pasto
senzala porão e chiqueiro

nem com pergaminho
nem pena de ninho
nem cofre de couro
nem com lei de ouro.

Denunciar é não calar. É fazer-se ouvir. É chamar a atenção. É dizer bem alto que o racismo existe e está sentado ao nosso lado no local de trabalho ou no transporte público. Está estampado nas vitrines das lojas e nas gôndolas dos mercados. Salta na sala de casa quando ligamos a televisão. Enfim, está em cada esquina onde ocorre uma ação policial ou onde ela não ocorre. O racismo é pernicioso, volátil, cruel, agressivo, corrosivo, e por isso deve ser denunciado, sob pena de que permaneçamos a padecer da grave doença que atinge as relações em sociedade.

e então vamos rasgar
a máscara do treze
para arrancar a dívida real
com nossas próprias mãos.

Entenda o racismo atual no mercado de trabalho brasileiro:

infográfico 13-de-maio.png

Fontes:

Fim do corpo da notícia.
Fonte: Coletivo Negros TRT4
Tags que marcam a notícia:
institucionalracismoigualdade
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