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Publicada em: 12/09/2019 17:09. Atualizada em: 12/09/2019 17:35.

"Não há ninguém que não possa contribuir com o seu grupo", diz navegador Amyr Klink em palestra de abertura do 14º Encontro da Magistratura

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12 - Amyr Klink 1.jpgUma palestra do navegador e escritor Amyr Klink deu início, na noite da última quarta-feira (11/9), ao 14º Encontro Institucional da Magistratura do Trabalho do Rio Grande do Sul. O evento ocorre até a próxima sexta-feira (13/9) e contará com palestras, debates e atividades culturais, tendo como público-alvo os juízes e desembargadores do Trabalho da 4ª Região. As atividades acontecem no Plenário Milton Varella Dutra, do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), e no Auditório Ruy Cirne Lima, da Escola Judicial.

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Na abertura do evento, a presidente do TRT-RS, desembargadora Vania Cunha Mattos, destacou a importância do Encontro Institucional em um momento em que setores da sociedade propõem a extinção da Justiça do Trabalho sem qualquer fundamento teórico, econômico ou jurídico, e apenas como forma de acabar com as lides trabalhistas e com os direitos mínimos de quem trabalha de forma honesta e honrada. "Considero este tempo muito complexo se levarmos em conta que, diuturnamente, a Justiça do Trabalho está sob ataque e há tentativas objetivas de desestabilização desta Justiça, que presta serviços relevantes há mais de sete décadas", avaliou a desembargadora.

A presidente também destacou ações do TRT-RS pela informatização dos processos, que além de propiciar mais celeridade nas tramitações, permitiu que houvesse mais transparência, com possibilidade de acompanhamento por parte dos jurisdicionados e da sociedade em geral.

Além disso, a magistrada falou sobre as atividades sociais nas quais o TRT-RS está engajado, com destaque para as iniciativas atuais que ressaltam a importância da prevenção do suicídio e da doação de órgãos, campanhas para as quais o Tribunal chama atenção por meio da iluminação do seu Prédio-Sede nas cores amarela e verde, dentre outras atividades realizadas no mês de setembro. "Todos estes são passos importantes na concretização da Justiça do Trabalho como uma justiça moderna, atuante e que não se limita à resolução dos conflitos individuais e coletivos entre empregados e empregadores, entre sindicatos e empresas, mas fundamentalmente enfrenta, hoje, um grande desafio de mediar e intermediar situações-limites, impedindo greves nos mais diversos setores da atividade econômica, da saúde, da segurança e no serviço público em geral. Hoje, este é um novo papel que assume a Justiça do Trabalho, justiça pródiga em se reinventar ao longo destas décadas", avaliou.

Após a saudação da presidente, a desembargadora Laís Helena Jaeger Nicotti, ouvidora do TRT-RS e coordenadora do Comitê de Combate ao Assédio moral, falou sobre a criação do Comitê, ocorrida em 2017, para prevenir e combater a prática de assédio moral nos ambientes da Justiça do Trabalho gaúcha. A magistrada também apresentou ao público a Cartilha de Combate ao Assédio Moral, que será distribuída durante o evento e que pode ser acessada em formato digital no site do TRT-RS.

Ao apresentar o palestrante da noite, a desembargadora Carmen Izabel Centena Gonzalez, diretora da Escola Judicial do TRT-RS, destacou a trajetória de navegador do convidado, que planejou e executou diversas travessias de barco pelos oceanos do mundo. A magistrada deu boas-vindas ao conferencista e fez votos de que o Encontro da Magistratura seja proveitoso a todos.

"É boa a sensação de traçar um plano e cumprir"

12 - Amyr Klink 2.jpgAo iniciar sua palestra, o navegador Amyr Klink contou que aprendeu a navegar nas ruas de sua cidade, Paraty, no interior do estado do Rio de Janeiro. Isso porque, como explicou, a cidade foi construída abaixo do nível do mar pelos portugueses, para que a maré, ao subir, invadisse e limpasse as ruas. "Aprendi a navegar na rua, não no mar. Ia buscar pão de canoa", diverte-se. Foi daí que surgiu sua paixão pelo remo, esporte que sempre praticou.

Nas leituras sobre remo e remadores, descobriu que dois remadores americanos queriam atravessar o oceano Atlântico. "Vão morrer, eu disse. Duas semanas depois, eles morreram", conta. "Mas fui achando interessante a ideia e comecei a planejar a minha própria viagem. Fiquei dois anos em um inferno financeiro, burocrático, técnico, até conseguir construir o barco e colocá-los nas águas da Namíbia, na África, rumo à Bahia, no Brasil".

Segundo ele, o mais difícil foi a fase de estudos e construção do barco. "Quando comecei a navegar senti uma espécie de alívio. Eu ficaria 100 dias sem ver gerente de banco, oficial de Justiça ou a vizinha maluca que eu tinha em Paraty", brinca. "Quando cheguei no Brasil eu estava muito feliz. Não por ter vencido, realizado algo grande, essas besteiras de autoajuda. Mas por ter traçado um plano e cumprido. É boa a sensação de ter cumprido um plano", avalia.

Já na primeira viagem, Klink percebeu que o seu pior momento foi quando tentou ser esperto. "Eu queria construir um barco que não capotasse", conta. "Aí um engenheiro me disse que isso era impossível, um barquinho de cinco metros por um e meio iria capotar muito com as ondas do oceano", recorda. Então ele decidiu construir um barco que capotasse à vontade nas águas e que continuasse intacto. "Descobri que o melhor é abraçar o problema, não desviar dele", disse.

Outra coisa aprendida, dessa vez na sua primeira viagem à Antártica, quando ficou isolado cerca de um ano, é que nunca estamos verdadeiramente sozinhos, porque sempre temos um "exército de servidores", no sentido amplo dos termos. "Pessoas que lavam a roupa, providenciam nossa energia, limpam nossa casa", explicou. "Isolado no gelo da Antártica eu descobri que o resultado não é a soma dos nossos esforços, mas a multiplicação dos esforços de pessoas invisíveis".

Ele também conta que o período em que chegou em uma latitude do oceano em que não havia mais tempestades coincidiu com o momento em que ele mais viveu possibilidades de perder o barco. "Quando estamos em calmaria ficamos mais vulneráveis", concluiu desse fato.

O navegador também sugeriu que, quando estamos imersos em uma atividade por muito tempo, é importante começar a ouvir quem está fora, porque essa pessoa vai apresentar uma visão diferente daquela que estamos acostumados. "Minha esposa resolveu um problema de tempo em uma viagem que eu não estava conseguindo resolver", contou, para ilustrar essa premissa. "No fundo, não há ninguém que não possa contribuir com o seu grupo. Basta que, para isso, haja a oportunidade de demonstrar suas habilidades", afirmou.

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Fonte: texto de Juliano Machado e fotos de Inácio do Canto (Secom/TRT-RS)
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