Cejusc-JT do segundo grau realiza primeira pauta exclusiva por videoconferência
O Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejusc-JT) do segundo grau Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) promoveu, nesta sexta-feira (16), sua primeira pauta exclusiva por videoconferência. A unidade havia estreado a ferramenta em 6 de março, durante uma pauta de audiências presenciais. Hoje, todas as seis audiências da agenda ocorreram via web, conduzidas pelos magistrados Jorge Alberto Araujo e Eduardo Batista Vargas, juízes auxiliares de Conciliação.
As ações tramitavam em segundo grau e foram encaminhadas ao Cejusc pelos desembargadores relatores dos recursos, que constataram boas possibilidades de acordo nos casos. Na primeira audiência, uma ex-empregada da Claro acertou com a empresa a quitação do processo pelo valor de R$ 61,5 mil. Ela e sua advogada, Adriana Quadros da Rosa, participaram da audiência diretamente de Passo Fundo, cidade a 290 quilômetros de Porto Alegre. A procuradora da reclamada, Mariá Cristiane Schlittler, por sua vez, estava presente no Cejusc.
Na segunda audiência, o trabalhador foi até o escritório do seu advogado, Antônio Rodolfo Silva Ferreira, em Caxias do Sul, distante 130 quilômetros da Capital. Após diálogo via conferência, mediado pelo juiz Jorge Alberto Araujo, chegou-se a um acordo de R$ 9,2 mil com a empresa Epavi, que esteve representada por sua procuradora, Marlise Heck, e a preposta, Roberta Dornelles, no Cejusc.
A terceira audiência apresentou uma peculiaridade que demonstra a importância da tecnologia adotada. Na cidade de Marau, a 270 quilômetros de Porto Alegre, estavam reunidos, na mesma sala, o reclamante e a sua advogada, o procurador da reclamada (BRF – Brasil Foods) e a preposta da empresa. Pela webcam, o juiz Eduardo Vargas conversou com eles e conduziu a negociação, que resultou em um acordo no valor de R$ 24 mil. A advogada Luana dos Santos Segalla, que assistiu o trabalhador, destacou que o projeto do TRT-RS é de grande valia para os profissionais do Interior do Estado. “Quando recebemos o convite do Cejusc, não medimos esforços para reunir as partes aqui e realizar essa audiência. Muitas vezes temos interesse em tentar um acordo em processos no segundo grau, mas a distância de quase 300km acaba inviabilizando um audiência em Porto Alegre”, comentou. Concordando com a colega, o advogado da BRF, Rodrigo Vieira, acrescentou que uma audiência na Capital, no caso deles, despende um dia inteiro de trabalho – e ainda sem a garantia de que o acordo será firmado. “A videoconferência facilita muito o trabalho e otimiza nosso tempo”, disse Rodrigo. Satisfeito com o acordo, o reclamante achou ótimo não precisar se deslocar a Porto Alegre, inclusive porque se recupera de uma lesão em um dos pés. Suzana de Lima, preposta da BRF, também elogiou a experiência. “Foi possível chegar a um acordo que agradou todas as partes, sem os custos do deslocamento par a Capital”, salientou.
As outras três audiências da tarde envolveram a rede Walmart, representada no Cejusc pelo advogado Jorge Tagliani Corraa. Duas delas terminaram em conciliação: um acordo de R$ 175 mil, com o advogado Davi Eloi Müller, procurador do reclamante, participando da audiência diretamente de São Leopoldo (a 39km da Capital), e outro de R$ 58 mil, com o reclamante e sua advogada, Vera Lucia Bolzan, conectados do município de Osório (a 113 km da Porto Alegre). Na terceira audiência, em ação cuja autora também é cliente da advogada Vera, ainda não houve conciliação, e as partes agendaram uma nova videoconferência para o dia 5 de abril.