Noutros Tempos - Canetas nanquim
#NoutrosTempos | Canetas nanquim
O Memorial possui em seu acervo dois estojos incompletos de canetas recarregáveis para nanquim, marca STAEDTLER/MARS. As canetas foram incorporadas ao acervo vindas da Coordenadoria de Engenharia e Arquitetura, hoje Secretaria de Manutenção e Projetos. Elas são de espessuras diversas, possuem reservatório para a tinta e ponta de metal. Funcionam da seguinte maneira: a tinta do reservatório escorre por dentro da ponta de metal, cujo miolo é oco, até o papel onde se desenha. As pontas possuem bitolas diversas, das mais finas para traços de espessura mínima às mais grossas para linhas mais encorpadas.
A caneta nanquim é um instrumento de desenho com mais de dois mil anos de história. Inventada pelos chineses, inicialmente era feita de vareta de bambu com a ponta chanfrada, a qual era mergulhada na tinta, retendo-a para depois ser transferida para o papel.
A tinta nanquim, tão antiga quanto a caneta, também surgiu na China, na capital da província de Jiangsu, a cidade de Nanjing (grafia atual). Apresenta-se em forma líquida ou sólida (em barra), e foi aperfeiçoada com a eliminação de sua alta toxicidade, devido a presença de metais tóxicos em sua composição original.
É possível dizer que a atual caneta para nanquim descenda dessas primeiras hastes de bambu utilizadas para desenho, das penas de ganso, dos pincéis de pelo e do bico de pena. Aprimorada com o passar do tempo, evoluiu na forma, ganhou o mundo passando a ser utilizada também na elaboração de desenhos técnicos e das plantas arquitetônicas.
Atualmente, existem dois tipos de canetas nanquim: as recarregáveis e as descartáveis. Entretanto, com o advento dos programas de projeção de plantas de arquitetura, como Autocad e outros, as canetas de desenho passaram a ter seu uso reduzido a quase nenhum na elaboração dos projetos arquitetônicos.
E você? Sabe mais alguma coisa sobre as canetas nanquim ou tem alguma história a elas relacionadas para nos contar?
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A série “Noutros Tempos” é um projeto desenvolvido em parceria da Secretaria de Comunicação Social com o Memorial da Justiça do Trabalho no Rio Grande do Sul. Tem por finalidade apresentar alguns objetos e temas que fizeram parte da trajetória da nossa instituição, preservados no Acervo do Memorial.
O Memorial é aberto ao público e pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 10 às 18 horas, na Rua João Telles, nº 369, 2º andar, no Bairro Bom Fim, em Porto Alegre/RS. Se quiser saber mais sobre outros objetos e histórias já divulgados na Série Noutros Tempos, clique aqui.
Fonte: Memorial da Justiça do Trabalho no Rio Grande do Sul. Texto, pesquisa e fotos: Fernando Allgayer e Lara Martins.