Noutros tempos: Mata-Borrão
O Mata Borrão
"O Mata Borrão absorve tudo e no fim da vida acaba confundindo as coisas por que passou...
O mata borrão parece gente."
Mário Quintana
A Série Noutros Tempos recupera hoje a história do antigo mata-borrão, usado na época da caneta tinteiro, antes da esferográfica. Mata-borrão era o nome dado ao suporte de madeira (berço) e ao papel específico usados para absorver o excesso de tinta das folhas de papel.
Talvez a maioria só conheça esse tipo de objeto como relíquia ou peça de museu, já que saiu de uso na década de 1960. Instrumento com formato similar a um carimbo de madeira, possuía a base ovalada, onde se fixava o papel absorvente.
O Memorial do TRT-RS possui, em sua Coleção Museológica, um exemplar da ferramenta. Não se sabe, contudo, quando ela foi adquirida pela Instituição. Em seu dorso superior, está gravada a inscrição “Serviço Público Federal”, em letras com padrão uniforme, e intriga o Memorial o nome “Nicodemo”, talhado na lateral do objeto. Fixadas no Mata Borrão e já com algum uso, estão três folhas de papel absorvente marcadas pelo tempo.
Algumas curiosidades sobre o Mata-Borrão
Além de inspirar o poeta gaúcho Mário Quintana na poesia acima, também na arquitetura o mata-borrão deixou sua marca.
1) Edifício Mata Borrão em Porto Alegre, destruído na década de 1960 para dar lugar ao atual Tudo Fácil, na Avenida Borges de Medeiros (foto abaixo, à esquerda).
2) Auditório da Escola Estadual Professor Milton Campos, projeto de Oscar Niemeyer tombado pelo Iphan, em Belo Horizonte/MG (foto abaixo, à direita):
O Memorial é aberto ao público e pode ser visitado de segunda a sexta-feira, das 11 às 18 horas, na Rua João Telles, nº 369, 2º andar, no Bairro Bom Fim, em Porto Alegre/RS.