Encontro de Gestores: Eduardo Tevah fala sobre motivação, liderança e mudanças comportamentais
O empresário e escritor gaúcho Eduardo Tevah ministrou a conferência “Motivação, Liderança e Mudanças Comportamentais em Equipes” na abertura do 22º Encontro Anual de Gestores da Justiça do Trabalho da 4ª Região. A palestra ocorreu nessa quarta-feira, (9/10), no Plenário do Tribunal. Eduardo compartilhou com o público sua vivência como gestor e consultor em grandes empresas brasileiras e internacionais.
Na abertura da conferência, Eduardo relembrou o período em que administrava sua empresa, onde tinha o “desafio de fazer 587 pessoas trabalharem com excelência”, e contou histórias sobre os treinamentos que vem realizando nos últimos dez anos, nos setores público e privado. Ao longo de sua fala, fez referências diretas ao momento vivido pela Justiça do Trabalho, que enfrentará novas restrições orçamentárias em 2020. “Nunca se precisou tanto como agora de uma gestão eficaz de pessoas, com equipes produzindo com excelência. Tenho certeza de que vocês serão capazes de entregar o que a sociedade precisa”, declarou.
O palestrante destacou que o sucesso está relacionado a dois tipos de competência: a alta competência técnica na área em que se atua e a alta competência humana para se relacionar com os outros. “Cada vez mais teremos que dominar a competência relacional, e o problema é que a maioria de nós não foi preparada para liderar. Ganhamos uma posição de comando porque mostramos que éramos bons tecnicamente”, refletiu. Eduardo afirmou que, atualmente, as pessoas estão muito preocupadas com aquilo que não têm condições de mudar, e acabam deixando de fazer o que está ao seu alcance. “Precisamos nos concentrar em fazer o que é possível, diante de tantas limitações impostas por forças externas a nós. Nesse momento, começamos a entender que a excelência só é atingida quando juntamos um processo estruturado e gente engajada”, explicou.
Ao comentar a realidade atual do país, Eduardo observou que o Brasil enfrenta uma crise no nível de engajamento das pessoas. Ele citou uma pesquisa nacional do Instituto Gallup sobre o tema e apresentou os resultados do serviço público, abrangendo as esferas municipais, estaduais e da União. A pesquisa mostra que 17% dos servidores brasileiros são “engajados” (aqueles que fazem o seu melhor sem ninguém precisar pedir), 61% são “neutros” (eventualmente fazem, mas precisam ser motivados), e 22% são “ativamente não-engajados” (além de não fazerem, desmotivam o resto da equipe). Eduardo acrescentou que, ainda segundo o Instituto Gallup, apenas 30% do engajamento de uma pessoa vem de aspectos racionais, como o salário. Os outros 70% vêm de aspectos emocionais, como o reconhecimento pelo trabalho realizado ou a sensação de fazer parte de um grupo com espírito de equipe. “Fica claro que o melhor caminho para chegar a um verdadeiro engajamento é melhorar nossa preparação como líderes”. O palestrante listou os três grandes desafios da liderança: alcançar o sentimento de união entre as pessoas da equipe; ter a capacidade de ajudar cada um a se tornar sua melhor versão; e criar um ambiente onde as pessoas sejam ouvidas.
Na parte final de sua palestra, Eduardo comentou os cinco principais erros que os líderes cometem. O primeiro erro é elogiar pouco. “As pessoas que trabalham com você precisam se sentir valorizadas, e devem ser tratadas com carinho e respeito. Quando um trabalho é bem feito, precisa ser reconhecido. E quando é mal feito, a crítica deve ser feita respeitosamente e em reservado”, observou. O segundo erro, na visão do palestrante, é administrar mal o tempo. “Não podemos mudar o tempo, o dia tem 24 horas. Mas podemos fazer a gestão de nossas prioridades. Um hábito transformador é, antes de ir embora, no final do dia de trabalho, definir quais são as tarefas mais importantes para o dia seguinte”, exemplificou. O terceiro erro de um líder é não saber liderar pelo exemplo. “Você não pode exigir dos outros o que não faz e o que não ensinou”, sublinhou. O quarto erro é não saber ou não querer cobrar. “O pior líder é o que está preocupado em ser popular, em ‘fazer média’. É preciso cobrar e chamar a atenção. Liderança não é para quem quer ser popular, mas você pode, sim, ser popular cobrando. O melhor líder é aquele que é justo, porque reconhece e valoriza, e exigente, porque faz crescer”. O quinto erro de um líder, conforme o palestrante, é ser pessimista. “Se você trouxer alegria para o ambiente, as pessoas vão se fazer mais presentes”, observou.
Eduardo encerrou a exposição ressaltando que o TRT-RS tem uma missão desafiadora para 2020, e que é fundamental que as pessoas consigam se manter positivas para atingir bons resultados. “Uma liderança eficaz aumenta de 20 a 50% a produção de um indivíduo. Se você se tornar a sua melhor versão como líder, isso pode se tornar realidade. Seja um líder inspirador”, concluiu.