Presidentes e corregedores registraram seus depoimentos sobre as inovações da Justiça do Trabalho na 5ª Reunião Ordinária do Coleprecor
A 5ª Reunião Ordinária do Coleprecor aconteceu no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) durante os dias 21 e 22 de junho. Presidentes e corregedores dos 24 Tribunais Regionais do Trabalho do país reuniram-se em Porto Alegre para debater os desafios e oportunidades da Justiça do Trabalho. Paralelamente, também foram realizadas as reuniões dos diretores-gerais e dos gestores de Tecnologia da Informação dos TRTs.
Alguns participantes do Coleprecor deram depoimentos sobre o papel da Justiça do Trabalho nos tempos atuais e o uso de novas tecnologias pelo Judiciário.
“Quanto mais a Justiça do Trabalho se modernizar, mais vai alcançar grandes objetivos, mas não podemos descuidar do nosso principal ponto, que é o trabalhador. A Justiça do Trabalho precisa estar acessível para o pessoal mais carente, porque a tecnologia não vai alcançar a todos”.
Ormy da Conceição Dias Bentes, presidente do TRT da 11ª Região (AM)
“É um desafio para nós a tutela jurisdicional voltada para essas novas formas de trabalho. Temos que acompanhar essa evolução, essas mudanças, para que nossas decisões estejam em consonância com essa realidade”.
Fernando Rios Neto, corregedor do TRT da 3ª Região (MG)
“A implantação do Justiça 4.0 é um grande desafio. Também requer conhecimento tecnológico da população local que vai se servir dessa ferramenta, e isso pode encontrar dificuldades em algumas regiões. Vamos avaliar como implantar em todo nosso país.”
Geraldo Rodrigues do Nascimento, vice-presidente e corregedor do TRT da 18ª Região (GO)
“A pandemia antecipou algo que talvez levasse anos para ser desenvolvido, que é a audiência telepresencial e as ferramentas de atendimento remoto. Teremos que encontrar o equilíbrio no uso dessas ferramentas. A presença do magistrado na comarca também é um fator de afirmação da justiça”.
Raul Zoratto Sanvicente, corregedor do TRT da 4ª Região (RS)
“A pandemia chegou e todo mundo criou um teletrabalho adequado para aquele momento. Agora, com o retorno, as diretrizes vão poder ser traçadas. Os casos concretos serão examinados, com diferença de paradigma: antes, o teletrabalho era uma imposição, pois não se podia sair de casa. Agora, é uma opção, com outros perfis, parâmetros e possibilidades. Vamos aguardar para ver essa nova realidade e os novos julgamentos”.
Débora Machado, presidente do TRT da 5ª Região (BA)
"Estamos num momento em que o Poder Judiciário está buscando novas tecnologias, o que é muito importante. Estamos trabalhando para que essas novas tecnologias venham ao nosso favor, gerando mais produtividade e auxílio às unidades de maior criticidade. A gente vê isso de forma muito positiva”.
Ana Paula Pellegrina Lockmann, corregedora do TRT da 15ª Região (Campinas)
“Sou favorável ao uso de novas tecnologias enquanto elas significarem facilitação do acesso do jurisdicionado ao Poder Judiciário. Se ela for apenas uma comodidade para o juiz, sou contrário. Não vejo problema em servidores ou até juízes trabalhando à distância quando isso melhorar o trabalho e facilitar o acesso”.
José Ernesto Manzi, presidente do TRT da 12ª Região (SC).
“O papel da Justiça do Trabalho continua sendo cuidar do trabalhador, que se encontra numa fase muito difícil”.
Marcelo Freire Gonçalves, corregedor do TRT da 2ª Região (SP)
“Estou encantada com o evento, com a receptividade dos gaúchos. Esses encontros são muito importantes para a Justiça do Trabalho porque congregam os presidentes e os corregedores. O futuro da Justiça do Trabalho frente às novas tecnologias está sendo aqui abordado, com opiniões quase já convergentes no sentido de uma certa flexibilidade”.
Ana Amarylis Vivacqua de Oliveira Gulla, presidente do TRT da 15ª Região (Campinas)
“Considero as novas tecnologias bem-vindas no sentido de reputá-las uma nova porta de acesso do jurisdicionado ao Poder Judiciário. Quanto à inteligência artificial, no sentido do trabalho do juiz distante do foro, tenho ressalvas na presente etapa de amadurecimento social. Porque a sociedade não está nas nossas casas, e o juiz, para a sociedade, ainda é o juiz do foro. Mas obviamente a aplicação da inteligência artificial no Poder Judiciário não se restringe a isso, e hoje ela já vem sendo utilizada maciçamente. Quanto à questão dos canais de acesso, nós temos o juízo 100% digital e os núcleos Justiça 4.0, que já são portas de transformação dessa mentalidade acerca do trabalho do magistrado".
Ana Carolina Zaina, presidente do TRT da 9ª Região (PR)
“A Justiça do Trabalho tem um papel muito importante. Sempre tenho dito que a palavra adequada a esse momento é o equilíbrio: equilíbrio entre o trabalho home office e o trabalho presencial. Tanto para juízes quanto para servidores. Eu acho que não podemos em nome de uma tecnologia desaparecer o mundo físico do ambiente de trabalho. O nosso público são trabalhadores, em grande parte humildes. Então, temos que ter um cuidado muito grande com isso. A Justiça do Trabalho tem um papel muito relevante na distribuição de Justiça, é uma Justiça acreditada e é presente. A parte tem fácil acesso ao juiz, assim como o advogado, e isso retrata o bom conceito que a Justiça do Trabalho tem. Não podemos perder essa essência".
Paulo Régis Botelho, corregedor do TRT da 7ª Região (CE)
“O uso das novas tecnologias é um caminho sem volta. Temos que aderir, estimular aproveitar as tecnologias, porque elas são o futuro”.
Francisco Meton Marques de Lima, corregedor do TRT da 22ª Região (PI)