“A luta tem que ser incessante, não há espaço para retrocessos”, diz Maria Helena Capra, perita que atua há mais tempo na Justiça do Trabalho Gaúcha
Formada em Administração de Empresas, a perita contábil Maria Helena atua principalmente junto às varas do Trabalho de Gravataí. Já trabalhou nos municípios de Novo Hamburgo, Estância Velha, Gramado, Taquara e Porto Alegre.
Iniciei minha carreira como perita na Justiça do Trabalho em 1985.
Como profissional, posso dizer que meu maior desafio foi enfrentar a transição entre a máquina de datilografia e o computador. Os cálculos eram feitos em calculadora e os laudos eram datilografados. Este desafio eu enfrento até hoje com as constantes mudanças que ocorrem e que se processam muito rapidamente. É preciso estar em permanente aprimoramento, atualização e estudo.
Como mulher, nunca me senti discriminada. Pelo contrário, sempre fui apoiada, respeitada e incentivada. Contudo, acho que as mulheres ainda sofrem preconceitos, cobranças, constrangimentos e todo tipo de assédio, seja em locais públicos ou privados. Além ainda, daquelas que enfrentam a questão da desigualdade profissional e salarial em relação ao homem, sendo poucas as que alcançam alguma representatividade em cargos decisórios. Sem falar na questão racial e na violência doméstica.
Acho que houve avanços sim, já que a mulher vem conquistando espaço a cada dia que passa. Mas a luta tem que ser incessante, não há espaço para retrocesso.
Minha mensagem neste mês em que as mulheres são homenageadas é no sentido de que o crescimento pessoal e profissional deve ser uma meta a ser perseguida para que a mulher seja respeitada e possa exercer suas múltiplas funções com dignidade.