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Publicada em: 22/11/2019 11:40. Atualizada em: 02/12/2019 17:02.

Fórum Antirracista: Representantes da Administração do TRT-RS, da Escola Judicial, do Comitê de Equidade e do Coletivo de Servidores Negros abriram as atividades

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Foto em ângulo aberto do auditório, mostrando o público.
I Fórum Aberto de Educação Antirracista
Desa. Carmen Gonzalez
Desa. Carmen Gonzalez
Servidora Roberta Vieira
Servidora Roberta Vieira
Servidor Paulo Rogério
Servidor Paulo Rogério
Des. Ricardo Fraga
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Teve início, na manhã desta quinta-feira (21/11), o I Fórum Aberto de Educação Antirracista. O evento, promovido pelo Coletivo de Servidores Negros e Negras do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS), pela Escola Judicial e pelo Comitê Gestor de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade da instituição, ocorre no Auditório Ruy Cirne Lima do Foro Trabalhista de Porto Alegre e conta com palestras, debates e atividades culturais sobre a temática do racismo e das ferramentas educacionais necessárias para combatê-lo.

As atividades aconteceram durante todo o dia e contaram com a presença de servidores, magistrados, estudantes, militantes do movimento negro, advogados e demais interessados no assunto.

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Ao dar início às atividades, o vice-presidente do TRT-RS, desembargador Ricardo Carvalho Fraga, ressaltou que o Brasil foi um dos países a ter escravidão por mais tempo, e que manteve o regime escravista mesmo quando, economicamente, a prática já não era mais importante. "Vemos aí, de forma evidente, o peso da cultura e do atraso", avaliou. O magistrado também observou que o período de trabalho escravo no Brasil foi três vezes maior que o período de trabalho assalariado regulamentado, o que gera consequências até hoje nas relações de trabalho. "Passei 20 anos em salas de audiência e vi e senti isso", afirmou. "O TRT-RS enquanto instituição sempre deverá estar atento a essas e outras questões relacionadas", finalizou. Leia aqui a íntegra do pronunciamento do vice-presidente.

Em sua fala, a diretora da Escola Judicial e presidente eleita do TRT-RS, desembargadora Carmen Izabel Centena Gonzalez, destacou a importância de se "estranhar o familiar", como ensina o antropólogo Roberto DaMatta. Isso porque, segundo a magistrada, a democracia racial no Brasil é um mito, alimentado por largos anos de naturalização da escravidão.

A desembargadora deu as boas-vindas aos participantes do evento e lembrou que as atividades do I Encontro de Servidores Negros do TRT-RS, ocorrido em 2018, foram executadas sob a tensão da reintegração de posse do Quilombo Lemos, uma comunidade tradicional de Porto Alegre ameaçada de remoção naquele momento. "Hoje, de forma perplexa, temos esse Fórum numa semana em que um parlamentar brasileiro quebrou uma placa alusiva ao fato de que 75% das vítimas fatais de operações policiais são negras", lamentou a magistrada. "Institucionalmente, é preciso se compreender que o Brasil é um país racista e que isso passa pela invisibilidade", concluiu. Leia aqui a fala completa da desembargadora.

Como representante dos servidores negros e negras no Comitê Gestor de Equidade de Gênero, Raça e Diversidade do TRT-RS, a servidora Roberta Liana Vieira afirmou que a criação e a manutenção do Comitê demonstra compromisso contínuo da instituição com a equidade e com a diversidade. "A luta contra o racismo é de todos e em especial do Estado brasileiro, que deveria ser o principal fomentador de práticas antirracistas", observou. "A desconstrução individual do racismo é importante, mas não suficiente, porque devemos ter em mente também de forma coletiva a construção de uma sociedade igualitária, justa, em que as diferenças sejam vistas não como empecilho, mas como riqueza", avaliou.

Segundo Roberta, o racismo como ideologia é essencial na exploração de grupos humanos e na hierarquização, mantendo os corpos negros sempre num determinado lugar, para que o ciclo da exploração sempre seja alimentado e mantenha as coisas como estão. "Convido todos a traçarmos estratégias para combater o racismo nosso de cada dia e também para construirmos uma sociedade sem exploração. Que ninguém saia daqui da mesma forma que chegou. Porque sempre que damos um passo à frente o mundo também sai do lugar", incentivou.

O servidor Paulo Rogério Vargas, integrante do Coletivo de Servidores Negras e Negros do TRT-RS, destacou, em sua participação, uma frase da ativista e filósofa americana Angela Davis, segundo a qual "não devemos apenas não ser racistas, devemos ser antirracistas". "Enquanto existirem jovens negros sendo assassinados pelo Estado com a complacência da sociedade, enquanto os negros forem exceção nas carreiras mais valorizadas, enquanto os níveis de renda e escolaridade sempre forem os mais baixos na comunidade negra, enquanto os negros forem minoria na mídia, enquanto jogadores, árbitros de futebol e treinadores forem hostilizados nos estádios pela sua condição de negros, falar sobre racismo será necessário", afirmou.

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Fonte: Texto de Juliano Machado e fotos de Inácio do Canto (Secom/TRT4)
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